Interlúdio o homem detrás da cortina

AutorMaurício Corrêa de Moura Rezende
Páginas173-183
173
INTERLÚDIO
O HOMEM DETRÁS DA CORTINA
Quem julga?
Se a neutralidade é um mito derrocado, a ideologia sempre estará
presente no processo de aplicação do Direito, e cada indivíduo possui
uma cosmovisão bastante particular, resultante do meio social em que
vive, de suas experiências etc., significa, igualmente, que o sujeito, o
indivíduo em si, incumbido de julgar, certamente é um fator relevante
para o resultado do julgamento. Nesse sentido, o Poder Judiciário
brasileiro é composto por uma infinidade de pessoas (em 2013, o Brasil
apresentava 16.429 magistrados, sendo que 13.841 (84%) atuam na
primeira instância e 2.305 (14%) são desembargadores. Somam-se a esses
os 77 ministros atuantes nos quatro tribunais superiores (STF, STJ, TST,
TSE e STM), além dos juízes de Turmas Recursais e Turmas Regionais
de Uniformização).331 Esses magistrados são individualmente distintos
entre si: homens, mulheres, brancos, negros, heterossexuais, homossexuais,
de origem social rica, classe média, ou, eventualmente, pobre, das capitais,
do interior, de direita, de esquerda, centristas, conservadores, progressistas,
liberais, autoritários, pessoas com ou sem deficiência física, enfim, há
331 BRASIL, Conselho Nacional de Justiça. Justiça em Números. Brasília: CNJ, 2014,
p. 33.

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