Mediação e arbitragem na Justiça do Trabalho

AutorAugusto Cesar Ramos - Gizelly Vanderlinde Medeiros
CargoAdvogado formado em Direito pela UN/SUL. Especialista em Direito e Processo do Trabalho pelo CESUSC - Advogada especialista em Direito Tributário Empresarial pela ESAG e em Direito e Processo do Trabalho pelo CESUSC
Páginas5-12
MEDIAÇÃO
E ARBITRAGEM NA JUSTIÇA DO TRABALHO
Augusto
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REVISTA
BONIJURIS-
Ano
XV-
N"
478-
Setembro/2003
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r
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2.
Soluções
alternativas
de
conflitos
2.1.
Classificação
Metodogica e
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a
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e-
se
fazer
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de
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ção
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l.
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ltar , n
ão
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tant
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de
qu
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não
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sso
na
em
po
s
icionar
a
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co
mo
meio
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o
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de
resolução
de
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os,
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qu
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o
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ifi
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co
mo me io he ter
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mpl
o,
de
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or
es
qu
e a
dotam
a
cl
ass
ifi
cação
seg
und
o a
qu
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oco
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ão
in
sere
m
-se
a
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ção,
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age
m,
co
nc iliaç ão e
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fi
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trin
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medi
ão,
a
rbitr
age
m e
juri
sdi
ção
7
2.1.1.
Autocomposição
A
autocomposição
oco
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ndo
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de um a
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érsia é le vada a
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em
co
nflito
se
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ce
iro.
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mplos cl ássi
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le
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va s d e trab alh o. Co
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e
ante
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orment e
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ês
são
as
fo
rma
s
aut
oc
om
pos
iti
vas
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eso
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ção
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co
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um
a
co
n
ce
itu
ação
d
esses
ins
titut
os. N
ão
ob sta
nte
, é
op ortuno
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lar
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que
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oco
mp
osi
ção
pod
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er
extr a
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ocess
ua l ou
end
o
pr
ocess
ual e co
mporta
tr
ês
mo dalid ad
es,
quais
se
jam
:
renún
cia, a
ce
itaç
ão
(o u
r
es
ign
ação
ou,
ainda
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co
ns
tituind
o
casos
de
extin
ção
do
proce
ss
o
com
jul
ga
mento do mé rito (CPC, art. 269, ines.
li
, III e V
),
qu
an
do
no c
ur
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pr
ocesso
judi
cia
l.
05

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