Paraisópolis, pandemia e(m) horizontes decoloniais: a potentia como vetor do 'fazer-cidade' e instrumento de realização do direito à saúde dos considerados 'sem-lugar'
Autor | Rosa Maria Zaia Borges, Jackeline Caixeta Santana |
Cargo | Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Uberlândia, MG, Brasil / Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Uberlândia, MG, Brasil |
Páginas | 419-441 |
419
Rev. Dir. Cid., Rio de Janeiro, Vol. 15, N.01., 2023, p. 4 -4 .
Rosa Maria Zaia Borges e Jackeline Caixeta Santana
DOI: 10.12957/rdc.2023.65545 | ISSN 2317-7721
PARAISÓPOLIS, PANDEMIA E(M) HORIZONTES DECOLONIAIS: A POTENTIA COMO VETOR DO
FAZER-CIDADE E IN“TRUMENTO DE REALIZAÇÃO DO DIREITO À “AÚDE DO“
CON“IDERADO“ “EM-LUGAR
P P -
Rosa Maria Zaia Borges
Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Uberlândia, MG, Brasil
Lattes: http://lattes.cnpq.br/8865507024489613 ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8611-1980
E-mail: rosamzaia@gmail.com
Jackeline Caixeta Santana
Universidade Federal de Uberlândia - UFU, Uberlândia, MG, Brasil
Lattes: http://lattes.cnpq.br/1785981651524897 ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4895-3962
E-mail: caixetajackeline@hotmail.com
Trabalho enviado em 21 de fevereiro de 2022 e aceito em 19 de abril de 2022
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
420
Rev. Dir. Cid., Rio de Janeiro, Vol. 15, N.01., 2023, p. 4 -4 .
Rosa Maria Zaia Borges e Jackeline Caixeta Santana
DOI: 10.12957/rdc.2023.65545 | ISSN 2317-7721
Ali, onde a lei é a sobrevivência,
Onde o Estado coexiste com os Instados
É que vais encontrar o direito, o verdadeiro
E maior direito (OLIVEIRA, 2015).
RESUMO
Em tempos de crise e negacionismo científico, como durante a pandemia de COVID-19, descortinam-
àà à àààà -à à à à à
direitos, como à cidade e à saúde. A favela pode, neste cenário, m aterializá-lo através de
comportamento disruptivo com a ordem vigente, que abandona quem (sobre)vive em urbanismo de
risco. Neste sentido, esta pesquisa objetiva analisar a gestão de crise empreendida por Paraisópolis
(SP) para superar o desamparo estatal frente à pandemia e as discriminações estruturais por ela
acentuadas. Utilizou-se de categorias dusselianas e critério metodológico decolonial, bas eado em
revisão bibl iográfica e documental de cunho qualitativo, voltado ao estudo da realidade desde um
olhar latino-americano e descolado de parâmetros epistemológicos euro(nor)centrados. O texto foi
organizado para: (i) apresentar a potentia àààà ààà-à
como um direito que transborda o simples acesso à moradia; (ii) tratar da comuni dade de vítimas,
verificando seu alinhamento à descolonização pela práxis s ocial; e (iii) tecer considerações finais.
Concluiu-se que Paraisópolis é exemplo de desobediência epistêmica e exercício do poder político para
além do poder fetichizado e/ou institucionalizado, mostrando-se capaz de romper com o legado de
à à à à à à à -à P-se, ainda, a
imprescindibilidade da potentia para reorganizar as relações sociais e transportar os -àà
um mundo que seja não só descolonizado desde sua acepção genérica mas, sobretudo, decolonial.
Palavras-chave: COVID-19; Decolonialidade; Dussel; Ética da Libertação; Paraisópolis.
ABSTRACT
In times of crisis and s cientific denialis m, such as during th e COVID-19 pandemic, dynamics of the
àààà ààà ààà ààà ààà
and health, are revealed. The favela can, in this scenario, materialize through disruptive behavior with
the current order, which abandons those who live in risky urbanism. In this sense, this research aims
to analyze the cris is management undertaken by Paraisópolis (SP) to overcome State helplessness in
the pandemic context and the structural discrimination it accentuates. Dusselian categories and
decolonial methodological criteria were used, based on a qualitative literature and document review,
focused on the study of reality from a Latin American perspective which is detached from
Para continuar a ler
PEÇA SUA AVALIAÇÃO