Relacionamento Interpessoal

AutorMíriam Cristina Zaidan Mota
Ocupação do AutorPsicóloga, Especialista em Neuropsi-cologia pelo Instituto Neurológico de São Paulo (INESP), especialização em Medicina Comportamental pela Escola Paulista de Medicina
Páginas49-66
Psicologia Aplicada em Segurança do Trabalho 49
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
AS PESSOAS
A moderna gestão de pessoas procura tratar as pessoas como pessoas e,
simultaneamente, como importantes recursos organizacionais (dotadas de ha-
bilidades, capacidades, destrezas, conhecimentos e competências para a tarefa
organizacional).
Nesses tempos em que enfrentamos novos desaos devido a pandemia,
temos percebido que as relações humanas estão passando por grandes transfor-
mações, em parte, penso que um dos motivos é a incerteza em vários aspectos
de nossas vivências, bem como, o adoecimento mental, com o aumento nos
diagnósticos de ansiedade e depressão.
Para ilustrar e aprofundar nas reexões desse tema, apresento como
sugestão de leitura, a obra intitulada “Amor Líquido”, do lósofo e sociólogo
polonês, Zygmunt Bauman, Professor emérito de sociologia da Universidade
de Lerds e Varsóvia.
Suas obras se destacam pela análise das condições trabalhistas e de ex-
clusão social.
Em destaque, o autor traz reexões sobre o ambiente de incertezas, a falta
de armação no espaço social, a deterioração das relações afetivas/amorosas,
separação e divórcios conjugais, dentre outros.
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Segundo o autor, “no líquido cenário da vida moderna, os relacionamentos
talvez sejam os representantes mais comuns, agudos, perturbadores e profunda-
mente sentidos de ambivalência”, e continua, “hoje em dia as atenções humanas
tendem a se concentrar nas satisfações que esperamos obter das relações pre-
cisamente porque, de alguma forma, estas não têm sido consideradas plena e
verdadeiramente satisfatórias”.
O autor destaca ainda sobre as pessoas substituírem os termos “relacio-
nar-se” e “relacionamentos”, por “conectar-se” e “ser conectado”. Ao invés de
parcerias, optam por “redes”, sugerindo momentos que as pessoas estão ou
não em contato com as outras, de acordo com suas escolhas, nas denominadas
“relações virtuais”.
O homem vive em organizações, em ambientes cada vez mais complexos
e dinâmicos, onde montou um sistema total, dentro do qual organiza e dirige
seus interesses.
Assim, “organizações são pessoas; organizações são grupos e or-
ganizações são organizações. Gerentes administram pessoas. Gerentes
administram grupos; gerentes são membros de grupos e gerentes são
membros de organizações”.
Contudo, a variabilidade humana é enorme, cada pessoa possui persona-
lidade própria (persona), história pessoal, seus conhecimentos e habilidades,
objetivos e motivações, limitações pessoais e demais características que a tornam
única. As organizações não dispõem de dados ou meios para compreender os
seus membros em sua total complexidade e entrariam em colapso se todo o raio
de variações humanas fosse considerado dentro da organização.
AS PESSOAS E AS ORGANIZAÇÕES
A integração entre as pessoas e as organizações foram estudadas com os
antigos gregos. Aos poucos, a abordagem clássica, taylorismo, centrada na tarefa
e no método foi dando lugar à abordagem humanística, centrada no homem
e no grupo social. A ênfase dada à técnica e à tecnologia cedeu lugar à ênfase
nas relações humanas.
Para atingir certos objetivos, as pessoas se agrupam em organizações pa ra
transpor as suas limitações individuais e obter sinergia de esforços por meio
do esforço conju nto.
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