Estado Autoritário, Reformas e Crise: 1964-1988

AutorFabrício Augusto de Oliveira
Páginas69-83
69
CAPÍTULO III
ESTADO AUTORITÁRIO, REFORMAS
E CRISE: 1964-1988
1. O golpe de 1964 e o caminho das reformas
O golpe militar desfechado em março de 1964, apoiado pelas
classes dominantes em associação com o capital estrangeiro e por
segmentos da classe média sob influência da propaganda anticomunista,
conduziu novamente à instalação, no País, de um Estado autoritário,
que se manteve à frente de seu comando por mais de vinte anos. Como
uma repetição do mesmo filme da era do Estado Novo, as liberdades
individuais foram suprimidas; os partidos políticos, extintos e recriados
na forma do bipartidarismo para melhor atenderem aos interesses e
controle do novo governo; o Congresso Nacional foi transformado
em mera figura decorativa no concerto dos poderes; e o Judiciário,
silenciado. Limitações às ações dos sindicatos e a suspensão dos direitos
à greve dos trabalhadores figuraram entre as medidas adotadas nesse
período de montagem de um forte aparelho repressivo, implantado
para viabilizar os objetivos dos novos donos do poder. Sem oposição,
avançou-se na realização de várias reformas da economia e do Estado
– administrativa, financeira, bancária, previdenciária, tributária, do
mercado de capitais –, que, embora consideradas necessárias no quadro
anterior, não haviam prosperado por conta dos inevitáveis conflitos de
interesses que carregavam.

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