Cícero como Jurista

AutorClovis Bevilaqua
Páginas51-74
CÍCERO COMO JURISTA
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Ingegno forze piú largo ed esteso, che non originale e
profondo, egli riusci a dare alle dottrine f‌ilosof‌iche della Grécia,
non solo una veste splendida latina, ma anche una impronta
eminentemente romana.
GIUSEPPE C
ARLE
52 CLOVIS BEVILAQUA
I
Eis-nos diante de um desses grandes homens sobre
os quais a imparcialidade histórica teve necessidade de
reformar o julgamento excessivamente benévolo dos
contemporâneos. O entusiasmo delirante que, por um
momento, assoberbou a burguesia romana, apesar de
algumas notas discordantes, abafadas, aliás, no ruído
crescente dos aplausos, transpôs os muros sagrados
da cidade palatina, transmontou as geleiras alpinas, e
veio, ecoando estripitosamente através de vinte longos
séculos, cimentar certas ideias preconcebidas, que en-
volvem a individualidade do insigne repúblico numa
fotosfera ofuscante de superioridade intelectual e mo-
ral. Hoje, porém, os espíritos, advertidos pelas obser-
vações, talvez algo pessimistas, de Mommsen, Draper
e outros, estão curados da ilusão de óptica.
A crítica moderna caracteriza-se por uma certa
rebeldia de iconoclasta. Não é que lhe falte o nobre
sentimento de admiração e respeito por tudo quanto
é verdadeiramente ilustre; é que as contínuas desilu-
sões já lhe tiraram a ingênua credulidade dos primei-
ros anos. Mas, ao passo que não se teme de apear, dos
altos pedestais, as estátuas de pés de argila, alegra-se
quando encontra uma dessas vítimas heróicas do es-
quecimento ingrato, que é preciso enaltecer e circun-
dar de luz.

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