Formas de Coexistência entre as Entidades Sindicais e as Formas Não Sindicais de Representação dos Trabalhadores

AutorJosé Claudio Monteiro De Brito Filho
Páginas388-393
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14. Formas de Coexistência entre
as Entidades Sindicais e as Formas
Não Sindicais de Representação
dos Trabalhadores
Quando se tem modelo de dupla representação dos trabalhadores na empresa,
o grande desafio é definir a forma de coexistência dos diversos representantes,
sindicais e diretos ou não sindicais.
Isto porque não é fácil ajustar os limites da atuação de cada organismo,
considerando que, ao fim, todos têm a mesma atribuição, genericamente falando:
representar a comunidade de trabalhadores da empresa.
Dentro deste quadro, é comum a ocorrência de choques entre o sindicato e
as representações diretas, normalmente adotando as entidades sindicais a postura
de negar outras formas de representação que não a sindical ou, então, de tentar
controlá-las.
Esta oposição entre uma forma de representação e outra, para Elson
Gottschalk, é inevitável, sob o prisma de que as soluções do sindicato vêm de
cima para baixo, enquanto, nas comissões, a orientação é de baixo para cima(1).
No Brasil, verifique-se, com Iram Jácome Rodrigues, a postura das duas maiores
e mais em evidência centrais sindicais: a CUT e a Força Sindical. Segundo o autor,
a primeira central, com pequenas variações entre seus membros, tem postura
de estimular as comissões de empresa, desde que sob o controle do sindicato.
Já a segunda não defende a implantação das comissões de empresa, aceitando,
por outro lado, o delegado sindical, como contraposição ao representante dos
empregados(2).
Da mesma forma, na Itália, como afirma Gino Giugni, quando começaram a
nascer novas formas de representação unitária dos trabalhadores, em 1968/1969,
(1) A participação do empregado na gestão da empresa. Edição fac-similada. São Paulo: LTr, 1996.
p. 183.
(2) As comissões de empresa e o movimento sindical. In: BOITO JR., Armando (coord.). O
sindicalismo brasileiro nos anos 1980. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991. p. 167.

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