Lei da Reprodução

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Código de Direito Natural Espírita
CAPÍTULO IX
LEI DA REPRODUÇÃO
I  POPULAÇÃO DO GLOBO
(O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ITENS 686 E 687)
Superpopulação
Artigo 140  A reprodução dos seres vivos é uma lei natural; sem
a reprodução o mundo corpóreo pereceria. A população segue sempre
uma progressão constante, mas jamais chegará um momento em que se
tornará excessiva na Terra, porque Deus provê isso mantendo sempre o
equilíbrio. Ele nada faz de inútil. O homem, que só vê um ângulo do quadro
da Natureza, não pode julgar da harmonia do conjunto.
140.1  Carga Erótica- Explanação do Espírito Emmanuel no livro
Vida e Sexo, Editora FEB, RJ, 17ª. edição, 1998, psicografia de Francisco
Cândido Xavier, págs. 102-104:
Instinto Sexual  educação e sublimação - O instinto sexual,
exprimindo amor em expansão incessante, nasce nas profundezas da vida,
orientando os processos da evolução. Toda criatura consciente traz consigo,
devidamente estratificada, a herança incomensurável das experiências
sexuais, vividas nos reinos inferiores da Natureza. De existência a existência,
de lição em lição e de passo em passo, por séculos de séculos, na esfera
animal, a individualidade, erguida à razão, surpreende em si mesma todo
um mundo de impulsos genésicos por educar e ajustar às leis superiores
que governam a vida. A princípio, exposto aos lances adversos das
aventuras poligâmicas, o homem avança, de ensinamento a ensinamento,
para a sua própria instalação na monogamia, reconhecendo a necessidade
de segurança e equilíbrio, em matéria de amor; no entanto, ainda aí, é
impelido naturalmente a carregar o fardo dos estímulos sexuais, muita vez
destrambelhados, que lhe enxameiam no sentimento, reclamando educação
e sublimação.
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José Fleurí Queiroz
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Depreende-se disso que toda criatura na Terra transporta em si
mesma determinada taxa de carga erótica, de que, em verdade, não se
libertará ùnicamente ao preço de palavras e votos brilhantes, mas à custa
de experiência e trabalho, de vez que instintos e paixões são energias e
estados inerentes à alma de cada um, que as leis da Criação não destroem
e sim auxiliam cada pessoa a transformar e elevar, no rumo da perfeição.
Fácil entender, portanto, que do erotismo, como fator de magnetismo
sexual humano, na romagem terrestre, seja em se tratando de Espíritos
encarnados ou desencarnados na Comunidade Planetária, não partilham
tão-somente as inteligências que já se angelizaram, em minoria absoluta
no Plano Físico, mas, também, aqueles irmãos da Humanidade
provisoriamente internados nas celas da idiotia, por força de lides expiatórias
abraçadas ou requisitadas por eles próprios, antes do berço terreno. Os
Espíritos sublimados se atraem uns aos outros por laços de amor
considerado divino, por enquanto inabordáveis a nós outros, seres em
laboriosa escalada evolutiva e que compartilhamos das tendências e
aspirações, dificuldades e provas do gênero humano. E os companheiros
temporàriamente bloqueados por cérebros deficientes e obtusos atravessam
períodos mais ou menos longos de silêncio emocional, destinados a
reparações e reajustes, quase sempre solicitados por eles mesmos 
repetimos -, já que se sentenciam a entraves e inibições, no campo de
exteriorização da mente, através dos quais refazem atitudes e
recondicionam impulsos afetivos em preciosas tomadas e retomadas de
consciência.
Conquista da felicidade celeste e do Amor Universal  À
vista do exposto, é fácil reconhecer que toda criatura humana, sempre
nascida ou renascida sob o patrocínio do sexo, carreia consigo determinada
carga de impulsos eróticos, que a própria criatura aprende, gradativamente,
a orientar para o bem e a valorizar para a vida. Diante do sexo, não nos
achamos, de nenhum modo, à frente de um despenhadeiro para as trevas,
mas perante a fonte viva das energias em que a Sabedoria do Universo
situou o laboratório das formas físicas e a usina dos estímulos espirituais
mais intensos para a execução das tarefas que esposamos, em regime de
colaboração mútua, visando ao rendimento do progresso e do
aperfeiçoamento entre os homens.
Cada homem e cada mulher que ainda não se angelizou ou que não
se encontre em processo de bloqueio das possibilidades criativas, no corpo
ou na alma, traz, evidentemente, maior ou menor percentagem de anseios
sexuais, a se expressarem por sêde de apoio afetivo, e é claramente, nas
lavras da experiência, errando e acertando e tornando a errar para acertar
com mais segurança, que cada um de nós  os filhos de Deus em evolução
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na Terra  conseguirá sublimar os sentimentos que nos são próprios, de
modo a erguer-nos em definitivo para a conquista da felicidade celeste e do
Amor Universal.
140.2  Cuidar do Corpo e do Espírito - Ev. Seg. Espiritismo,
XVII, item 11:
Dois sistemas se defrontam: o dos ascetas, que tem por base o
aniquilamento do corpo, e o dos materialistas, que se baseia no
rebaixamento da alma. Duas violências quase tão insensatas uma quanto
a outra. Ao lado desses dois grandes partidos, formiga a numerosa tribo
dos indiferentes que, sem convicção e sem paixão, são mornos no amar e
econômicos no gozar. Onde, então, a sabedoria?, Onde, então, a ciência
de viver? Em parte alguma; e o grande problema ficaria sem solução, se o
Espiritismo não viesse em auxílio dos pesquisadores, demonstrando-lhes
as relações que existem entre o corpo e a alma e dizendo-lhes que, por
serem necessários uma ao outro, importa cuidar de ambos. Amai, pois, a
vossa alma, porém, cuidai igualmente do vosso corpo, instrumento daquela.
Desatender às necessidades que a própria Natureza indica, é desatender a
lei de Deus. Não castigueis o corpo pelas faltas que vosso livre-arbítrio o
induziu a cometer e pelas quais é ele tão responsável quanto o cavalo, mal
dirigido, pelos acidentes que causa. Sereis, porventura, mais perfeitos se,
martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, nem menos
orgulhosos e mais caritativos para com o vosso próximo? Não, a perfeição
não está nisso, está toda nas reformas por que fizerdes passar o vosso
Espírito. Dobrai-o, submetei-o, humilhai-o, mortificai-o: esse é o meio de
o tornardes dócil à vontade de Deus e o único de alcançardes a perfeição.
140.3  Origem do Instinto Sexual  Explanação do Espírito André
Luiz no livro já referido Evolução Em Dois Mundos, págs. 141-2:
(...) Todas as nossas referências a semelhantes peças do trabalho
biológico, nos reinos da Natureza, objetivam simplesmente demonstrar
que, além da trama de recursos somáticos, a alma guarda a sua
individualidade sexual intrínseca, a definir-se na feminilidade ou na
masculinidade, conforme os caracteres acentuadamente passivos ou
claramente ativos que lhe sejam próprios. A sede real do sexo não se
acha, dessa maneira, no veículo físico, mas sim na entidade espiritual, em
sua estrutura complexa. E o instinto sexual, por isso mesmo, traduzindo
amor em expansão no tempo, vem das profundezas, para nós ainda
inabordáveis, da vida, quando agrupamentos de mônadas celestes se
reuniram magnèticamente umas às outras para a obra multimilenária da
evolução, ao modo de núcleos e eletrões na tessitura dos átomos, ou dos
sóis e dos mundos nos sistemas macrocósmicos da Imensidade.

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