A maldita da alienação parental

AutorDiana Poppe
Páginas39-44
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A MALDITA DA ALIENAÇÃO
PARENTAL
““Pobre criatura!”, exclamou por m; e estas palavras foram um epitáo para
o túmulo da infância de Maisie. Ela foi abandonada a seu destino. Estava claro
para qualquer observador que o único vínculo que a unia a cada um de seus
pais era o fato lamentável de ser ela um veículo fácil para o rancor deles, uma
xícara de porcelana, pequena, mas funda, boa para misturar ácidos cortantes.
Queriam-na não pelo bem que pudessem fazer a ela, mas pelo mal que, com
a ajuda inconsciente dela, cada um poderia fazer ao outro. Ela serviria a seus
ódios e selaria suas vinganças.”
“Pelos olhos de Maisie”, Henry James.
Que texto forte, né?
Pois a alienação parental é assim mesmo. Uma maldade. Uma
maldade infalível. Corrosiva.
E o pior é que, normalmente, quem a pratica se considera o
melhor pai ou a melhor mãe do mundo.
Será que você sabe o que isso signif‌ica realmente? Ou será que
pratica a maldita alienação sem saber? Pode ser mesmo que, sem
intenção e acreditando estar fazendo o melhor, você seja um pai ou
uma mãe ou uma avó que aliena. Vou tentar te ajudar a entender
o que é isso na prática para você fazer sua autoanálise. E se você
perceber, ou desconf‌iar, de que pode estar sendo um praticante da
alienação parental com seu f‌ilho, pare! Imediatamente. E corra atrás
dos prejuízos porque eles tendem a ser irreversíveis.
Vamos lá:
Você consegue se lembrar da sua infância? Talvez, se a memória
falhar, consiga resgatar uns desenhos que fez na escola? Será que sua
mãe guardou? Pois, se conseguir, provavelmente vai f‌icar impressio-
nado como você desenhava, quase sempre, seu pai e sua mãe. Vários
desenhos, várias idades, e em quase todos, você pequenininho e seu

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