Vento que venta lá, venta cá

AutorDiana Poppe
Páginas31-32
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VENTO QUE VENTA LÁ, VENTA
Numa negociação envolvendo os f‌ilhos, sempre vale a pena ter
em mente que amanhã pode ser você chegando atrasado ou precisan-
do trocar um dia com o ex por conta de uma obrigação prof‌issional
ou mesmo por lazer (se f‌izer isso antes do acordo se assentar no
tempo, lembre-se de tem que ser por um motivo que valha assumir
as consequências!). Então, sempre que der para ser f‌lexível, ou ter
boa vontade, ainda que a contragosto, é bom. Eu recomendo.
É muito comum, por exemplo, que os pais f‌iquem preocupados
em autorizar viagens internacionais já no passaporte, por exemplo,
porque há o receio de que o outro pegue o f‌ilho, sem avisar, e vá para
fora do país. Assim, a necessidade de autorização a cada viagem,
sempre dá uma sensação de controle maior. Mas na hora de ser você
a viajar, também precisará que o outro autorize.
Essa via de mão dupla é complicada. O mesmo para trocas
de f‌inais de semana e tantas outras situações. Muito fácil quem
está de fora falar em bom senso. Na verdade, quem vive esses
dramas de relacionamentos sabe que bom senso é tudo que não
se pode esperar.
Então, num caso como esse da viagem, pense: seu ex é bom
pai, ou não se importa nada com os f‌ilhos? Há algum risco real dele
se mudar de país e levar seu f‌ilho, ou sempre serão apenas viagens
de férias? Seu f‌ilho f‌ica feliz com esses momentos? É bem tratado e
conhece coisas novas?
Nessa situação, o absurdo de não ter o controle de onde um
f‌ilho está pode ser compensado por saber que esse f‌ilho está com o
pai, ou com a mãe, aproveitando o tempo com eles. Pessoas que por
mais que se desconsiderem, amam seu f‌ilho tanto quanto você. Nem
mais, nem menos: a sina de não se amarem mais e amarem igualmente
uma mesma pessoa.

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