O perigo das próprias versões

AutorDiana Poppe
Páginas13-14
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O PERIGO DAS PRÓPRIAS VERSÕES
É comum que para enfrentar um processo de ruptura como o
divórcio cada um crie sua própria história sobre o f‌im. A sua versão. É
mais comum ainda que as pessoas, ao criar essa versão, se coloquem
no papel principal, o papel da mocinha ou mocinho, irretocáveis,
perfeitos, contrariados, indignados, traídos, as grandes vítimas que
merecem não só atenção, mas apoio, aliados, reconhecimento.
A autoimagem costuma ser tão benevolente e descriteriosa que
comumente produz: “Excelentes ex-maridos” e “Excelentes ex-mu-
lheres”. “Excelentes pais”. ‘Excelentes pessoas”.
Precisamos mesmo nos valorizar, nos agradar, nos fazer carinho,
mas você certamente não é isso tudo. Ninguém é. Nem está com essa
bola toda... Menos é mais. Não se engane e nem tente enganar a sua
plateia (amigos, familiares, ex).
“O coração humano possui tantos interstícios em que a vaidade se esconde,
tantos orifícios em que a falsidade espreita, e está tão ornado de hipocrisia
enganosa que ele com frequência trapaceia a si próprio”.
CALVINO (1535)
Pense sobre essa pergunta: Que papel VOCÊ quer desempenhar?
Que história sobre sua vida daqui por diante VOCÊ quer contar?
Independentemente do que esperam de você. Ou do que você acha
que esperam de você.
Falaremos mais adiante sobre a importância fundamental do
mergulho para dentro de si nesse momento. Terapias – todas as pos-
síveis – tudo que te faça e/ ou ajude a se encontrar com você mesmo
está valendo! Quanto mais verdadeiro for esse encontro, mais bonita
será a história que você vai contar.
Mas isso leva tempo. E muitas vezes você terá que tomar atitudes
rápidas. Tomar decisões. Terá que agir mesmo precisando de tempo
e estando em pleno processo de recuperação.

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