Medicalização na/da Educação: Repensando Conceitos e Atitudes
| Autor | Mônica de Carvalho Teixeira e Cassia Nazareth de Souza |
| Páginas | 447-464 |
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MEDICALIZAÇÃO NA/DA EDUCAÇÃO:
REPENSANDO CONCEITOS E ATITUDES
Mônica de Carvalho Teixeira
Cassia Nazareth de Souza
RESUMO
Esse texto tem a finalidade de analisar o crescente e banalizado processo de
medicalização no campo escolar, procurando refletir sobre os posicionamentos de
profissionais da educação e de saúde para com as infâncias nos dias atuais, além
dos processos pedagógicos que são imputados a elas. O mundo atual passa por
processos de transformações de forma muito veloz, o que acarreta uma nova forma
de vivenciar esse mundo atual, pelos indivíduos que dele fazem parte. Estamos em
um mundo na qual a acessibilidade a tecnologia está democratizada, o acesso às
informações, principalmente, ocorre de forma praticamente em tempo real. Assim,
os sujeitos viventes e aprendentes, se veem em um mundo diferente daquele
orquestrado a cinco/dez anos atrás. A tecnologia permite uma outra forma de viver
o mundo que está a nossa volta. Infelizmente, o que se nota é que comportamentos
sociais de crianças e jovens nas escolas, estão sendo transformados em doenças
neurológicas e patológicas, levando a patologização da educação e,
consequentemente, da vida. Desta forma, é proposta uma reflexão sobre o modo
como são diagnosticados os transtornos e dificuldades de aprendizagem de alunos
dos dias atuais, tanto pelos profissionais da área da saúde, quanto pelos
profissionais da área educacional, trazendo para o centro de nossas discussões,
teóricos atuantes nas duas áreas correlatas: saúde e educação. Nota-se que o
diagnóstico precisa ser feito através de uma análise crítica e criteriosa de
educadores e profissionais da saúde, mas, infelizmente, muitos relatos de
experiências, mostram uma banalização da medicalização na educação, fator que
muito preocupa no que se refere à formação dos nossos alunos na atualidade.
Palavras-chave: Medicalização. Fracasso Escolar. Ensino-Aprendizagem.
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MEDICALIZATION IN EDUCATION:
A CHALLENGE OF THE NEW TIMES
ABSTRACT
This text has the purpose of analyzing the growing and banalized process
of medicalization in the school field, trying to reflect on the positioning of
education and health professionals towards the childhoods in the present day,
besides the pedagogical processes that are imputed to them. The present world
undergoes processes of transformation very fast, which entails a new way of
experiencing this present world, by the individuals who are part of it. We are in a
world in which accessibility to technology is democratized, access to information
mainly takes place practically in real time. Thus, living and learning subjects see
themselves in a world different from that orchestrated five or ten years ago.
Technology allows another way of living the world around us. Unfortunately, what
is noticed is that social behaviors of children and young people in schools are being
transformed into neurological and pathological diseases, leading to the
pathologization of education and, consequently, of life. Thus, it is proposed a
reflection about the way in which the disorders and learning difficulties of today's
students are diagnosed, both by health professionals and professionals in the
educational area, bringing to the center of our discussions, acting theorists in two
related areas: health and education. It is noted that the diagnosis must be made
through a critical and careful analysis of educators and health professionals, but
unfortunately, many reports of experiences show a trivialization of medicalization
in education, a factor that is very worrisome about training of our students today.
INTRODUÇÃO
Ultimamente, venho sendo consumidor forçado de drágeas,
comprimidos, cápsula s e pomadas que me levara m a meditar
na misteriosa relação entre a doença e o remédio. Não cheguei
ainda a conclusões dignas de publicidade, e ta lvez não chegue
nunca a elaborá -las, porque se o número de doenças é enorme,
o de medicamentos destinados a combatê-las é infinito, e a
gente sa be o mal que habita em nosso organismo, porém fica
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