Novas áreas em crescimento no sistema CAPES: estudo de caso do setor de DEFESA

AutorAndré Panno Beirão
Páginas527-548
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NOVAS ÁREAS EM CRESCIMENTO NO SISTEMA CAPES:
ESTUDO DE CASO DO SETOR DE DEFESA
André Panno Beirão
RESUMO
O propósito desse trabalho é refletir, em decorrência de empiria
participativa do processo de aproximação dos institutos de altos estudos militares e
de setores de Instituições de Ensino Superior brasileiras, sobre a pesquisa,
aplicação e ensino, em especial, quanto ao estudo de caso de temáticas voltadas aos
estudos estratégicos e de defesa. Ou seja, possui o recorte especial no processo de
aproximação no campo das ciências humanas, sociais e sociais aplicadas. O
trabalho aborda a inserção da pesquisa, tanto como requisito educacional, quanto
com foco profissional na pesquisa científica nacional, a relação do sistema de
ensino nacional, capitaneado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e os
distintos sistemas de ensino de cada uma das Forças Armadas (no recorte das
humanidades), mostrando pontos de inflexão nessa relação. Apresenta uma
reflexão particular sobre a pós-graduação stricto sensu no país e as opções
brasileiras de cursos stricto sensu em Defesa, tanto na modalidade acadêmica
quanto profissional e como essas opções vêm sendo recepcionadas pela ciência
nacional. Assim, conclui que desde 2005 esse processo sofreu grande inflexão
sendo bastante ampliado em termos de cursos, pós-graduações stricto sensu,
número de pesquisadores envolvidos na temática e de resultados de avalião por
pares, em especial pela CAPES.
Palavras-chave: Defesa; Estudos de Defesa; CAPES.
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1. INTRODUÇÃO
Poucas são as oportunidades do binômio escrito-vivido da Academia
Brasileira. A empiria muitas vezes é categorizada como método controverso,
quando desprovida de dados comprobatórios, mas esses dados muitas vezes
decorrem da própria experiência. Daí a importância decorrente da oportunidade de
poder compartilhar algumas ideias e reflexões da experiência adquirida, seja como
discente de programas de mestrado e doutorado em Instituições civis, como
docente ou coordenador de um programa de mestrado profissional (o Programa de
Mestrado Profissional em Estudos Marítimos, da Escola de Guerra Naval
primeiro programa stricto sensu da Marinha do Brasil). Apesar da pouca
experiência à frente de programas stricto sensu, isso possibilitou, dentre outros
motivos, o convite para a assuão da Coordenação Adjunta de Programas
Profissionais da Área de Ciência Política e Relações Internacionais da CAPES.
Decorrente dessa experiência, este trabalho tem o propósito de tecer alguns
comentários sobre as perspectivas na pós-graduação, com especial foco nas
especificidades dos programas profissionais, em Área há pouco tempo aproximada
de programas dessa natureza, no campo das humanidades. Ou seja, as reflexões
aqui descritas decorrem desse binômio escrito-vivido e, portanto, não refletem
posicionamentos institucionais dos quais decorre a experiência pregressa. Assim,
espera-se poder colaborar no debate futuro, repartindo as reflexões sobre o passado
e lançando perspectivas e caminhos, a partir dessas experiências, para o futuro.
Poder interagir e compartilhar experiências é bastante gratificante. Até
mesmo por permitir avaliar melhor as conclusões parciais que se apresentam.
Assim, pretende-se inicialmente abordar a inserção da pesquisa, tanto
como requisito educacional, quanto com foco profissional, dentro do amplo
espectro da pesquisa científica nacional. Tendo em vista o foco do presente
trabalho, a seguir pretende-se resgatar reflexões sobre a relação do sistema de
ensino nacional, capitaneado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e os
distintos sistemas de ensino de cada uma das Forças Armadas, mostrando pontos
de inflexão nessa relação. Diante dessas pequenas correções de rumo, e fruto da
experiência observada, apresenta-se uma reflexão particular sobre a pós-graduação
stricto sensu no país e, em decorrência dos caminhos escolhidos, tanto pelo MEC,
quanto pelas Forças Armadas. Apresentam-se as opções brasileiras de cursos
stricto sensu em Defesa e as razões das opções profissionais ou acadêmicas e,
decorrentemente, como essas opções vêm sendo recepcionadas pela ciência
nacional.

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