Sobre o autor

AutorMiguel Dehon Rodrigues Barbosa
Páginas13-14
SOBRE O AUTOR
Quero me apresentar. Em minhas incipientes leituras, ainda na adolescência,
li o clássico “Vidas Secas” de Graciliano Ramos. Sabia das agruras que o nosso
sofrido Povo Nordestino passava por conta da seca, da miséria, da fome, da
ininterrupta (in) justiça social. Apesar de vivermos na época do “Milagre
Brasileiro”, a Censura, o AI-5, a mordaça; percebia sussurros que abatiam os
“inimigos da Revolução”. Ouvia Vandré, Chico Buarque, MPB4, Milton, Caetano,
Gil. Confesso que não compreendia muito, mas gostava. Gonzagão com seu fole
enaltecia a Asa Branca, meu Pai cantava Tristeza de um Jeca e, eu me comovia com
a Família de Fabiano (Sinhá Vitória, o menino mais velho, menino mais novo) e a
cachorra Baleia. Como tive dó da pobre cadela, companheira da desgraça. Nunca a
esqueci, bem como de sua sina.
Fui caminhando, graças a Deus. Nasci e fui criado no subúrbio (Piedade),
joguei muita bola na rua, soltei pipa, brinquei de pera, uva e maçã (com salada
mista), fui incensado com uma infância linda e doce. Tenho amigos até hoje daquela
época. Após os estudos fundamentais, ingressei na centenária Universidade Cândido
Mendes no curso de Direito; estávamos em 1984. E o Regime Ditatorial estava
agonizando. Veio, então, a Anistia, o sonho das Diretas Já (eu estava lá), a Morte de
Tancredo Neves, a Constituição de 1988 e minha colação em Bacharel em Direito.
Comecei a beligerante militância forense, com todas as suas agruras e
aprendizado. Agora, já residindo na Ilha do Governador, onde me encantei com os
lindos sambas enredo da minha mágica quadra. Quando aliado a outros colegas de
profissão insulanos (e insanos) e movidos ao espírito Quixotesco, passamos a nos
dirigir semanalmente para as comunidades da nossa ilha, e prestávamos
orientações jurídicas gratuitas. Cresci como ser humano, diante daquele cenário, e
como profissional do Direito.
Por conta desta epopeia Forense, conheci uma linda alma: Herbert José de
Souza (irmão do Henfil), nosso herói Betinho, que não cansava de dizer “Quem tem
fome, tem pressa!”. E eu refletia: Quem precisa de Justiça, não tem dinheiro!
Ao longo destes anos, sobretudo pela minha sacra trajetória no Magistério
(onde sua semente fora brotada naquele projeto comunitário). Já ditam vinte e cinco
anos no Magistério Superior, e tive a honra no meu convívio acadêmicos nas salas
de aulas com todas as Glórias, Marias, Madalenas, Annas, Isabeis, Ester, Martas,
Conceições, Aparecidas, Fátimas, Guadalupes, Penha, Lourdes, Claras, Terezinhas,

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