A cidade e o nosso novo normal: direito urbanístico, imobiliário e o urbanismo no espaço urbano pós-covid

AutorElisabete França
Ocupação do AutorDoutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Arquiteta (FAU-UFPR)
Páginas19-28
A CIDADE E O NOSSO NOVO NORMAL:
DIREITO URBANÍSTICO, IMOBILIÁRIO
E O URBANISMO NO ESPAÇO URBANO
PÓS-COVID
Elisabete França
Doutora em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Arquiteta (FAU-UFPR). Mestre em Estruturas Ambientais Urbanas pela Universidade
de São Paulo. Graduada em Arquitetura (FAU-UFPR). Foi diretora de Planejamento
e Projetos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de
São Paulo (CDHU). Secretária municipal de Mobilidade e Transporte de São Paulo.
Foi coordenadora de projetos vinculados a nanciamentos do Banco Mundial, Banco
Interamericano de Desenvolvimento e UN-Habitat em vários países, com destaque
para o México, El Salvador, Honduras e Timor Leste. Coordenou, ainda, o Programa de
Recuperação Urbana e Ambiental da bacia do Guarapiranga, primeiro programa de
urbanização de favelas implantado em larga escala, na cidade de São Paulo.
Sumário: 1. A mobilidade urbana pós-pandemia: a mudança cultural necessária. 2. O pe-
destre no pós-pandemia. 3. A bicicleta no pós-pandemia. 4. O transporte público – ônibus,
metrô e trens – no pós-pandemia. 5. O transporte público privado – táxis e aplicativos – no
pós-pandemia. 6. O carro individual no pós-pandemia. 7. Modos que se misturam no período
da pandemia e no pós-pandemia. 8. Mobilidade urbana – o desao no pós-pandemia. 9. E, o
que é possível ser implementado nesse longo período de pós-pandemia.
1. A MOBILIDADE URBANA PÓS-PANDEMIA: A MUDANÇA CULTURAL
NECESSÁRIA
Nos anos 1950, descobrimos as maravilhosas máquinas voadoras e, com elas, a
liberdade que o carro individual oferecia para os moradores das cidades e metrópoles
que se espraiavam. Ao desvincular-se da necessidade de atendimento pelo transporte
público coletivo, terrenos mais distantes e mais baratos tornavam-se viáveis para o de-
senvolvimento urbano monofuncional. O sonho de ter um carro, embora mais distante
da realidade econômica no contexto brasileiro de acesso a bens de consumo duráveis,
completava o quarteto carro-geladeira-aspirador-lavadora, e aliado ao da casa própria,
era a imagem do sucesso da família brasileira.
A garagem passou a ser um item obrigatório em lançamentos imobiliários: uma,
duas e quantas mais vagas melhor. Os formuladores das leis de uso e ocupação do solo
se dedicavam à elaboração das equações visando sempre a um lugar privilegiado e não
computável para guardar o principal item de consumo de uma família: o automóvel.
E assim, as cidades foram se expandindo, tendo seus espaços livres ocupados por
avenidas projetadas para altas velocidades, pontes, túneis e viadutos, criando barreiras
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