A incessante travessia dos tempos e a renovação dos paradigmas: a família, seu status e seu enquadramento na pós-modernidade

AutorGiselda Maria Fernandes Novaes Hironaka
Ocupação do AutorProfessora Titular de Direito Civil da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Membro Fundador e Diretora Nacional para a Região Sudeste do Instituto Brasileiro de Direito de Família - IBDFAM. Ex-Procuradora Federal. Advogada, consultora e parecerista.
Páginas3-16
A INCESSANTE TRAVESSIA DOS TEMPOS
E A RENOVAÇÃO DOS PARADIGMAS:
A FAMÍLIA, SEU STATU S E SEU
ENQUADRAMENTO NA PÓS-MODERNIDADE
Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka
Professora Titular de Direito Civil da Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo. Membro Fundador e Diretora Nacional para a Região Sudeste do Instituto
Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM. Ex-Procuradora Federal. Advogada, con-
sultora e parecerista.
Sumário: 1. Um primeiro olhar por sobre o assunto – 2. Um breve traçado acerca do espírito e da
conguração da pós-modernidade – 3. O direito de família, o direito das famílias, os direitos familiais:
os membros da família contemporânea posam para outra foto sobre a lareira; 3.1 Sobre a lareira, a
foto pós-moderna da conjugalidade; 3.2 Sobre a lareira, a foto pós-moderna da parentalidade – 4.
Os marcos deixados em prol da reexão – 5. Referências.
1. UM PRIMEIRO OLHAR POR SOBRE O ASSUNTO
Desde o f‌inal do século anterior e durante, principalmente, estes anos que mar-
cam o início do novo século, muito se falou em pós-modernidade e muito se discutiu
acerca do retrato e perf‌il da família, enquanto instituição perenemente inserida no
contexto – histórico, político, econômico, social – da civilização humana.
A produção que tem derivado dessa formidável vertente de consagração do
ancestral fenômeno de ajuntamento de pessoas à volta de um núcleo internalizado
pelo matiz familiar é inegavelmente próspera, rica, intrigante e instigante. As for-
mulações ref‌lexivas, possíveis de serem desenvolvidas e realizadas, são inúmeras e
extremamente coerentes com tudo aquilo que se vê hoje, como a estampa do núcleo
que a família contemporânea transmite.
Esta família atual não é melhor e nem é pior que a família do passado, mas,
certamente, muito diferente dos modelos familiais antecedentes, das estruturas de
poder e de afeto que habitaram, construíram e modelaram os arquétipos anteriores
a este que hoje conhecemos.
E é natural que assim seja, pois como num rio, onde as pedras que se espar-
ramam pelo seu leito são distintas, se comparadas às mais próximas de sua origem
ou nascente com aquelas que já estão mais próximas de sua vertente para o mar, de
seu lugar de desaguar, enf‌im. As primeiras, mais cheias de arestas e mais rústicas,
são distintas destas últimas, mais roliças e menos agressivas que aquelas. Ambas são
extraordinariamente belas, com valor próprio, com f‌inalidade e papéis muito claros

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