Introdução

AutorMarcelo Abelha Rodrigues
PáginasXVII-XXIII
INTRODUÇÃO
1. Meio e resultado. O sujeito que deseja colocar um quadro na parede da
sala de sua casa pode se valer de várias ferramentas disponíveis para alcançar o seu
objetivo. O percurso entre o local em que alguém se encontra e o destino que pre-
tende chegar também pode ser percorrido por veículos diferentes. A mensagem
que o orador pretende passar com o seu discurso e a forma de expressá-la também
pode ser das mais variadas possíveis. Entre o meio e o resultado, instrumento e
m, sempre existirá um caminho que, a depender de várias circunstâncias, pode
tornar o percurso mais ou menos demorado, mais ou menos fatigante, mais ou
menos prazeroso, mais ou menos frustrante.
2. Meio, resultado, adequação e expectativas. Nenhum instrumento
é absolutamente desconectado com o fim ao qual ele se destina. Pode haver
instrumentos mais ou menos adequados ao fim para o qual ele existe, mas
não instrumentos sem um fim em si. Não se concebe a existência de pregos e
martelos, ou de furadeiras e parafusos, sem uma razão lógica para a qual sejam
eles considerados ferramentas. Não se pinta uma parede com um martelo.
Pincéis existem porque são ferramentas de pintura. Obviamente que se pode
isolar a ferramenta, estudá-la de fio a pavio, dissecar todos os seus elemen-
tos, estudar cada uma de suas composições, e até mesmo dizer que ela existe
materialmente de forma autônoma, mas jamais se poderá desvincular que
a razão de ser da sua utilidade é alcançar um fim, um resultado. Todavia, é
importante que se diga que entre o (a) resultado expectado e o (b) resultado
alcançado após o processo de utilização das ferramentas pode haver um maior
ou menor descompasso em razão de uma série de fatores relacionados às (i)
características imanentes ao “quadro” e a “ferramenta”; (ii) questões ligadas
ao fator tempo; (iii) aspectos relacionados àquele que manuseia a ferramenta;
(iv) acontecimentos inesperados e imprevisíveis etc. Por mais ajustada que
seja a ferramenta, por melhor que seja o profissional contratado, por melhor
que seja a parede ou o quadro, por menor que seja o tempo gasto para sua
colocação, nada impede que, quando ele (o quadro) esteja na parede, o sujeito
frustre-se com o resultado alcançado.
3. Relação obrigacional e risco. Entre o início e o m do caminho há sempre
o risco de que algo possa acontecer e o resultado almejado que distante do que
EBOOK RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL PELO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGACOES.indb 17EBOOK RESPONSABILIDADE PATRIMONIAL PELO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGACOES.indb 17 04/10/2022 10:24:4204/10/2022 10:24:42

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT