Prefácio

AutorPaulo de Barros Carvalho
Ocupação do AutorProfessor Emérito de PUC e da USP. Membro da Academia Brasileira de Filosofia
Páginas13-15
XIII
PREFÁCIO
A noção de sistema (a forma das formas), como o topo do
racional, deve muito às investigações e à própria elaboração
filosófica do direito natural. Os estudos teológicos, decisivos
para a formação do conceito, expandiram-se para todos os se-
tores do conhecimento, invadindo todos os planos do saber,
a começar por aqueles inerentes às chamadas ciências exa-
tas. Finda a Idade Média e nos albores dos tempos modernos,
a seriedade dos estudos e o desenvolvimento das pesquisas
mantiveram relação direta de implicação com essa ideia do
pensar organizado, de tal sorte que conhecer algum assunto
passou a significar o domínio da multiplicidade das informa-
ções colhidas na experiência para oferecê-las na forma supe-
rior de sistema. Ao lado disso, o crescimento da importância
das discussões sobre os direitos fundamentais, tendo em vista
a salvaguarda de valores e a preservação das conquistas já
obtidas pela humanidade, acelerou reflexões e deu sustenta-
ção a essa tendência. Agora, aproveito para dizer que nada
disso teria sido possível sem uma tomada de posição firme
naquele campo da filosofia que focaliza o ser humano no que
há de mais profundo em sua integridade constitutivo-relacio-
nal. Refiro-me à visão antropológica, situada na raiz mesma
do pensamento sobre o homem em todas as instâncias de sua
existência, como, por exemplo, na representação das quatro
regiões ônticas, segundo a classificação de Husserl, teoria
eminentemente antropocêntrica. É nessa linha que vem a

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