Considerações finais

AutorJosé Osmir Fiorelli/Marcos Julio Olivé Malhadas Junior/Maria Rosa Fiorelli
Páginas251-253

Page 251

Nesta obra, procurou-se levar ao profissional do Direito conhecimentos de Psicologia, com dois objetivos específicos:

— contribuir para sua qualidade de vida; e

— fornecer conteúdos que lhe permitam aumentar a eficiência e a eficácia em suas atividades.

Teve-se o cuidado de localizar a Psicologia como uma disciplina integrada a fatores situacionais, sociais e culturais. Ela não prescinde de outros conhecimentos basilares, tais como a sociologia, a antropologia e a filosofia.

Sob a ótica da Psicologia, alguns elementos foram particularmente destacados e procurou-se focalizar, sobre eles, as principais atenções. Essa estratégia norteou a escolha das situações reais que serviram para exemplificar a teoria e orientar comentários, análises e interpretações.

A emoção foi insistentemente pontuada como sendo o sentimento que modula todos os demais e é determinante na reação a estímulos e no processo decisório de indivíduos e grupos. O ser humano é um animal emocional e o que se denomina “razão” compreende um complexo subconjunto de regras do psiquismo, qualificado como “racional”. A razão simplifica os processos de escolha e propicia ao cérebro agilidade e economia de energia psíquica. No ambiente do conflito, matéria-prima por excelência do profissional de Direito, essa conceituação ajusta-se com absoluta perfeição, demonstrada exaustivamente pela realidade da prática jurídica.

Outro elemento a respeito do qual se insistiu em inúmeros momentos da obra foi a importância do autoconhecimento. Desenvolvê-lo continuamente constituiu um objetivo tão simples de enunciar quanto complexo de realizar porque, conforme se acentuou, ele passa pelo desafio de conhecer o próximo. Paradoxalmente, este parece ser muito mais simples de estudar e compreender quanto mais distante encontra-se de cada indivíduo. De fato, a “proximidade do próximo” introduz, nas relações interpessoais, elementos emocionais que dificultam a visão objetiva. Nas palavras de uma mãe, surpreendida com o comportamento do filho preso por tráfico drogas: “parece que, quanto mais a gente se aproxima, é mais difícil ver o que acontece”.

O olho não olha dentro de si. O autoconhecimento, para não ser percebido como uma incômoda impossibilidade, deve ser entendido como o supremo desafio do ser humano. Um desafio que o leva a atravessar a longa e tortuosa ponte que conduz ao próximo, para compreender — pela comparação do seu “eu” com os atributos que enxerga no “outro” — um pouco dessa...

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