O grito de Brumadinho: o rompimento da barragem do Córrego do Feijão e suas implicações na perspectiva do meio ambiente do trabalho

AutorAndré Augusto Malcher Meira, Fernanda Antunes Marques Junqueira e Ney Maranhão
Ocupação do AutorMestre e Doutorando em Direito pela Universidade de Lisboa/Doutoranda em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo/Professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Pará
Páginas151-164
André Augusto Malcher Meira1
Fernanda Antunes Marques Junqueira2
Ney Maranhão3
1. Mestre e Doutorando em Direito pela Universidade de Lisboa. Presidente do Instituto Silvio Meira. Membro da Academia Paraense de
Letras Jurídicas e da Academia Brasileira de Direito. Orador Of‌i cial do IAP. Membro efetivo do IAB Nacional. Advogado. Professor.
2. Doutoranda em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo. Mestre em Direito Material e Processual do Trabalho pela Univer-
sidade Federal de Minas Gerais. Autora de obras, capítulos de livros e artigos publicados em revistas especializadas. Juíza do Trabalho
do Tribunal Regional do Trabalho da Décima Quarta Região (RO-AC).
3. Professor da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Pará. Doutor em Direito do Trabalho pela USP. Especialista em Direito
do Trabalho pela Universidade de Roma – La Sapienza (Itália). Juiz do Trabalho (TRT-8/PA-AP). Membro da Academia Brasileiro de
Direito do Trabalho. E-mail: ney.maranhao@gmail.com / Facebook: Ney Maranhão II
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
Carlos Drummond de Andrade
1. COMO INTRODUÇÃO: UM POUCO DE MINAS
GERAIS
Minas Gerais é terra de montanhas, colinas e vales. É o
berço do mineiro; do queijo; da goiabada e do “uai”. É solo
fértil, rico, do ouro, do café, da pedra. Por suas veias, corre
o Rio São Francisco. Pelos seus montes, estende-se a Mata
Atlântica. No seu dorso, repousa a face esplendorosa do sol.
Terra de Aleijadinho e de Carlos Drummond de Andrade.
Lugar de grandes riquezas.
Não à toa que forasteiros se encantaram. Pouco tempo
depois, as britadeiras chegaram. A montanha se resumiu a
pó. Foi-se o ouro. O brasão é de ferro. O ferro é da Vale que,
em Minas Gerais, fez morada.
Itabira, Mariana, Ouro Preto, Sabará, Brumadinho foram
as cidades eleitas. De suas sacadas, porém, viram finar-se
o reino. As serras pulverizaram-se, britadas em bilhões de
lascas, “deslizando em correia transportadora, entupindo
O grito de Brumadinho: o rompimento
da barragem do Córrego do Feijão e
suas implicações na perspectiva do
meio ambiente do trabalho 11

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