Pesquisa sobre mediação familiar

AutorLisa Parkinson
Ocupação do AutorM.A. (University of Oxford), C.Q.S.W. (London and Bristol Universities)
Páginas359-377
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CAPÍTULO
PESQUISA SOBRE
MEDIAÇÃO FAMILIAR
“Você consegue ver o que está acontecendo e  car calmo enquanto
os outros descobrem por si mesmos?...
Você pode fazer isso e permanecer imparcial,
claro e com os pés no chão.”
(Lao Tzu, Tao Te Ching)
“Não devemos parar de explorar,
E o  m de toda nossa exploração
Será chegar ao ponto de partida
E ver o lugar pela primeira vez.”
(T.S. Eliot, Little Gidding)
SUMÁRIO: 1. Pertinência da mediação. 2. Pesquisa sobre
a mediação familiar – projeto piloto 1996 – 2000. 3. As
questões de gênero e a comediação. 4. Mediação x nego-
ciações com advogados ponto de vista dos “clientes”.
5. Custos da mediação e custos legais. 6. Será que os me-
diadores resolvem apenas o casos “fáceis”? 7. A taxa de
sucesso e os resultados a longo prazo. 8. O processo de
mediação. 9. O que torna um mediador mais e caz do que
o outro?. 10. Os resultados positivos da mediação. 11. Que
conclusões podemos tirar?.
LISA PARKINSON_2edicao.indb 359 09/10/2015 12:32:11
mediação familiar
lisa parkinson
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1. PERTINÊNCIA DA MEDIAÇÃO
A mediação é amplamente conhecida como um meio de resolução
de conitos que ajuda os participantes e os seus lhos a reduzir o
estresse e chegar a acordos favoráveis. Litigantes são incentivados a
tomar uma boa dose de mediação antes de seguirem a sinalização que
indica “Para o Tribunal”. Quando Alice caiu na toca do coelho (Lewis
Carroll, “Alice no País das Maravilhas”), ela viu uma mesa com uma
pequena garrafa, que em volta do seu gargalo havia uma etiqueta de
papel com as palavras “BEBA-ME”, lindamente impressas em letras
grandes. Tudo bem dizer “BEBA-ME”, mas a sábia Alice não ia fazer
isso apressadamente. “Não, eu vou olhar primeiro”, disse ela, “e ver se
está escrito ‘veneno’ ou não...” No entanto, na garrafa não estava escrito
“veneno”, por isso, Alice se aventurou a prová-la” (p. 7).
A informação pública sobre a mediação não lista todos os ingre-
dientes do processo de mediação. Assim como Alice, uma vez que as
pessoas acreditam que a mediação não é tóxica, elas aceitam “engolir
alguns bocados” (ou “tomar umas goladas”, no caso da Alice). A me-
diação familiar não é uma panaceia, embora as armações sobre os
seus benefícios precisem ser fundamentadas. Pesquisadores precisam
deixar a teoria um pouco de lado e examinar a prática e os resultados,
o que não é uma tarefa simples devido à credibilidade de seus resul-
tados. Os investigadores nem sempre obtêm as respostas que procu-
ravam, assim como um professor que pergunta a um aluno: Quantas
ovelhas você pode ver no campo? e o aluno responde: “todos elas”.
Ao longo das últimas três décadas, em muitos países, a literatura
sobre pesquisa em mediação familiar tem crescido de modo notável
tanto em volume quanto em complexidade. No entanto, seus resultados
devem ser interpretados cautelosamente. A comparação entre diferen-
tes estudos é quase inexistente, isto porque grande parte das pesquisas
foram realizadas com diferentes grupos de clientes usando diferentes
tipos de mediação com períodos de tempo variáveis. Irving e Benjamin
(1995, p. 408) analisaram cinquenta estudos de investigação sobre a
mediação familiar e constataram que “embora dois centros de mediação
possam parecer iguais, eles podem fornecer serviços muito diferentes,
voltados para diferentes grupos de clientes, usando diferentes modelos
e mediadores treinados de forma diferente ....”.
LISA PARKINSON_2edicao.indb 360 09/10/2015 12:32:12

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