Toxicologia forense

AutorNeusa Bittar
Páginas273-297
CAPÍTULO 11
TOXICOLOGIA FORENSE
Toxicologia é a ciência que se dedica ao estudo qualitativo e quantitativo da ação
das drogas.
Tem importância tanto pela ação ambiental, como pela atuação direta sobre o ser
humano.
Alimento Medicamento Veneno
O alimento e o medicamento diferenciam-se do veneno não apenas pela qualidade
da substância, mas principalmente pela quantidade. Não existe uma linha divisória, mas
uma escala de efeitos dependentes da dose ingerida.
Qualquer substância pode causar uma intoxicação exógena quando penetra no
organismo de pessoas sadias em grande quantidade, ou quando atinge a dose tóxica
mais rapidamente em decorrência de problemas prévios.
Já os venenos, por sua natureza, afetam a saúde ou causam a morte em pequenas
quantidades.
1. VENENOS
O ser humano pode estar exposto mesmo antes do nascimento, pois drogas inge-
ridas pela gestante muitas vezes ultrapassam a barreira placentária.
1.1. Espécies de veneno.
As intoxicações exógenas podem ser causadas por substâncias naturais de origem
animal, vegetal e mineral, ou por substâncias industrializadas.
1.2. Fatores que inuenciam a produção de danos ao organismo:
a) Idade
b) Disponibilidade da substância
c) Ocorrência no campo ou na cidade
d) Ocorrência no lar ou no ambiente do trabalho
Dados nacionais, regionais e por agentes tóxicos, relacionados com mortalidade e
com idade podem ser encontrados no site do Sistema Nacional de Informações Tóxico
Farmacológicas (SINITOX).
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MEDICINA LEGAL E NOÇÕES DE CRIMINALÍSTICA • NEUSA BITTAR
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1.3. Vias de penetração
Estão relacionadas com o estado da substância.
Substâncias sólidas Substâncias voláteis Substâncias líquidas
geralmente penetram
por ingestão.
geralmente penetram
pela via respiratória.
geralmente penetram
por ingestão ou
endovenosa.
A penetração também ocorre pela pele e mucosas.
1.3.1. Via oral
• Para penetrar no organismo por essa via, a substância deve ser solúvel em água
ou em lipídios, sendo absorvida a partir do estômago (raramente pela mucosa
da boca ou esôfago).
• O organismo se defende por meio de vômitos e/ou diarreia.
1.3.2. Via aérea
• É a via do monóxido de carbono e dos derivados do petróleo (importante nas
intoxicações nos locais de trabalho), e do gás lacrimogênio.
• Gases, vapores e sólidos pulverizados passam através dos alvéolos pulmonares,
enquanto partículas de poeira, por serem maiores, não chegam até os pulmões
e penetram pela mucosa das vias respiratórias.
1.3.3. Via cutânea
• Locais de pele mais espessa e sem anexos como pelos, glândulas sebáceas, são
de mais difícil penetração.
• Substâncias lipossolúveis como inseticidas organoclorados e organofosforados
penetram com maior facilidade, enquanto as que dissolvem em água penetram
pelos anexos.
• Favorecem a penetração: pele hidratada, aumento de temperatura (porque au-
menta a circulação local), e regiões com escoriações (pois a pele está lesada).
1.3.4. Via parenteral
• Utilizada principalmente por viciados (raramente em homicídios).
• Endovenosa – a substância atua na dependência da velocidade de injeção.
• Intramuscular ou subcutânea – a atuação depende da velocidade de remoção da
substância para cair na corrente sanguínea.
• Intradérmica – a substância aplicada permanece em alta concentração no local
da aplicação, podendo ser identif‌icada aí na perícia.
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