O caminho que não tomei

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Para todos aqueles que,
em tempos de negacionismo,
continuam acreditando na razão.
O caminho que não tomei
Dois caminhos, um para cada lado:
Ah, ir por ambos na mesma viagem!
Olhei para o primeiro, ali parado,
Nesse bosque de tom amarelado,
Até perder-se longe entre a folhagem.
Mas o outro também me atraía,
Por uma razão diferente, anal:
Desbastar erva que densa crescia.
Quem por eles passara, todavia,
Os fora desgastando por igual.
E cada um nessa manhã jazia
Com a mesma cor, a mesma frescura.
Reservei o primeiro para outro dia!
Como um caminho a outro levaria,
Duvidei lá voltar noutra altura.
Daqui a mil anos, o que aconteceu,
Suspirando, estarei contando a ti:
Dois caminhos bifurcavam, e eu –
O menos pisado tomei como meu,
E a diferença está toda aí.1
1. FROST, Robert. O caminho que não tomei. In: SIMÕES, António. Antologia de poesia anglo-americana: de
Chaucer a Dylan omas. Porto: Campo das Letras, 2002, p. 395.
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