Lei de Adoração. Educação religiosa para todos. Código de Direito Natural Espírita

AutorFleurí Queiroz, José
Páginas179-205
179
ϑΟΣ⊃ ΦΛΕΥΡ⊆ ΘΥΕΙΡΟΖ
CAPÍTULO V III
LEI D E ADORAÇÃO
EDUCAÇÃO RELIGIOSA PARA TODOS
CÓD IGO DE D IREITO NATURAL ESPÍRITA
I – FINALIDADE D A ADORAÇÃO (O Livro dos Espíri-
tos, itens 6 49 a 65 2)
Artigo 1 2 3 A adoração é a elevação do pensamento a
Deus. Pela adoração o homem aproxima de Deus a sua alma. É um
sentimento inato, como o da Divindade. A consciência de sua
fraqueza leva o homem a se curvar diante d’Aquele que o pode
proteger. Jamais houve povos ateus. Todos compreendem que há,
acima deles, um Ser Supremo.
123.1 – Como Adorar a D eus? – Explanação de
Rodolfo Calligaris no livro “As leis morais”, págs. 4 6-4 9:
Em todas as épocas, todos os povos praticaram, a seu modo,
atos de adoração a um Ente Supremo, o que demonstra ser a idéia
de Deus inata e universal. Com efeito, jamais houve quem não
reconhecesse intimamente sua fraqueza, e a conseqüente necessidade
de recorrer a Alguém, todo-poderoso, buscando-Lhe o arrimo, o
conforto e a proteção, nos transes mais difíceis desta tão atribulada
existência terrena. Tempos houve em que cada família, cada tribo,
cada cidade e cada raça tinha os seus deuses particulares, em cujo
louvor o fogo divino ardia constantemente na lareira ou nos altares
dos templos que lhes eram dedicados. Retribuindo essas homenagens
(assim se acreditava), os deuses tudo faziam pelos seus adoradores,
chegando até a se postar à frente dos exércitos das comunas ou das
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180 Φ
ΙΛΟΣΟΦΙΑ
∆Ο
∆ΙΡΕΙΤΟ
Ε
ΦΙΛΟΣΟΦΙΑ
ΕΣΠ⊆ΡΙΤΑ
nações a que pertenciam, ajudando-as em guerras defensivas ou de
conquista. Em sua imensa ignorância, os homens sempre imagina-
ram que, tal qual os chefes tribais ou os reis imperadores que os
dominavam aqui na Terra, também os deuses fossem sensíveis à
manifestações do culto exterior, e daí a pomposidade das cerimônias
e dos ritos com que os sagravam. Imaginavam-nos, por outro lado,
ciosos de sua autenticidade ou de sua hegemonia e, vez por outra,
adeptos de uma divindade entravam em conflito com os de outra,
submetendo-a a provas, sendo então considerado vencedora aquela
que conseguisse operar feito mais surpreendente. Sirva-nos de
exemplo o episódio constante do III Livro dos Reis, cap. 18, v. 2 2 a
40. Ali se descreve o desafio proposto por Elias aos adoradores de
Baal, para saber-se qual o deus verdadeiro. Colocadas as carnes de
um boi sob o altar dos holocaustos, disse Elias a seus antagonistas:
“ Invocai vós, primeiro, os nomes dos vossos deuses, e eu invocarei,
depois, o nome do meu Senhor; e o deus que ouvir, mandando
fogo, esse seja o Deus.” Diz o relato bíblico que por mais que os
baalitas invocassem o seu deus, em altos brados e retalhando-se
com canivetes e lancetas, segundo o seu costume, nada conseguiram.
Chegada a vez do deus de Israel, este fez cair do céu um fogo
terrível, que devorou não apenas a vítima e a lenha, mas até as
próprias pedras do altar. Diante disso, auxiliado pelo povo, Elias
agarrou os seguidores de Baal e, arrastando-os para a beira de um
rio, ali os decapitou.
O Cristianismo e a Doutrina Espírita – O monoteísmo,
depois de muito tempo, impôs-se, afinal, ao politeísmo, e seria de
crer-se que, com esse progresso, compreendendo que o Deus adorado
por todas as religiões é um só, os homens passassem, pelo menos,
a respeitar-se mutuamente, visto as diferenças, agora, serem apenas
quanto à forma de cultuar esse mesmo Deus. Não foi tal, porém, o
que sucedeu. E os própri os “cristãos”, séculos pós séculos, contrastando
frontalmente com os piedosos ensinamentos do Cristo, empolgados
pelo fanatismo da pior espécie, não hesitaram em trucidar, a ferro e
fogo, milhares e milhares de “hereges” e “infiéis”, “ para maior
honra e glória de Deus!” – como se Aquele que é o Senhor da Vida
pudesse sentir-se honrado e glorificado com tão nefandos assassínios...
Atualmente, bastante enfraquecido, o sectarismo religioso começa a
derruir, o que constitui prenúncio seguro de melhores dias, daqui

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