Prefácio à 4ª edição

AutorLourival Vilanova
Páginas11-17
XI
PREFÁCIO À 4ª EDIÇÃO
1. Natureza não é um complexo de coisas enormemente di-
versificadas que compõem o nosso mundo circundante. É
um complexo de fatos segundo invariações causais. Ela mes-
ma, a natureza transforma-se em cultura, se as leis causais
passam a ser suportes de objetivações de valores. E o ser hu-
mano, com sua internidade psicológica, sujeito a leis causais
– nisso, também, é natureza –, transita para o plano do ser-
-pessoa, criando ou apropriando-se das objetivações de va-
lor, que nesses suportes se estabilizam. Sem essa estabiliza-
ção, o ingênito fluir da corrente psíquica, com sua infixidez,
tornaria impossível o discurso humano na espécie superior
de história.
2. Em análise, que sempre é metodicamente artificial, dis-
tinguimos: i) o nível dos fatos ocorrentes causalmente; ii) a
experiência desses fatos tempo-espaciais, ou só temporais (os
fatos psíquicos); iii) o nível das leis, que fixam em estruturas
lógicas as relações uniformes entre os fatos: não têm proprie-
dades físicas, químicas, biopsíquicas, ou outras desse statusi
ontológico. Num conjunto A, de elementos a, b, c, temos ele-
mentos e relações. As relações de identidade, de igualdade,
de pertinência não se confundem com elementos de A.
3. A causalidade natural não pode fundar-se em si mesma, ou
por via lógico-formal. Por mais que se dê M como antecessor
causal de N, a interatividade não abrange exaustivamente
a experiência que é infinita. Por isso, com uma ocorrência

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