Geografía
Autor | Thiago Rocha e Felipe Ferreira Ramos |
Páginas | 419-458 |
1. HISTÓRIA DA GEOGRAFIA1
1.1. Expansão colonial e pensamento
geográco
O domínio da teoria absoluta do Estado e o abandono
das dimensões relativas e relacionais a um papel subor-
dinado foram particularmente assegurados na Europa
Ocidental. Posteriormente, os processos de colonização
estenderam à maior parte do planeta essa modalidade de
territorialização. Evidentemente, nada de natural nessa
forma concreta de territorialização, nem o recurso das
teorias absolutas do espaço e tempo para consolidá-las:
estamos diante de construções sociais e criações políticas.
David Harvey. El cosmopolitismo e as geograas da liberdade.
Madrid: Akal, 2017, p. 198 (com adaptações).
(Diplomacia – 2018 – CESPE) Tendo o fragmento de texto anterior
como referência inicial, julgue (C ou E) os itens seguintes,
relativos à expansão colonial e ao pensamento geográco.
(1) O conhecimento do território, a construção simbó-
lica do Estado Nação, a denição e segurança das
fronteiras nacionais e internacionais são elementos
geográcos que mantêm os Estados nacionais euro-
peus articulados e integrados territorialmente no
mundo atual.
(2) A fragilização das potências europeias com a Segunda
Guerra Mundial teve como consequências a inde-
pendência das antigas colônias e a criação de novos
Estados nacionais no continente africano.
(3) A expansão ultramarina europeia inuenciou a forma-
ção da sociedade e dos Estados nacionais colonizados
e posteriormente independentes. No Brasil, por meio
de construções simbólicas e políticas, a inuência cul-
tural europeia produziu um território nacional único,
integrado e predominantemente europeu.
(4) A descrição e o conhecimento geográco feitos pelos
viajantes e cronistas europeus durante a colonização,
bem como a sua cartograa e representações, servi-
ram às potências europeias para o domínio do novo
mundo, de seus territórios e povos, para a delimitação
de fronteiras e a exploração de seus recursos.
1: incorreta. A construção do item acaba sendo bastante genérica e
talvez mesmo um pouco confusa. Mas chama a atenção a referência
à “segurança das fronteiras nacionais e internacionais”. Na Europa, a
questão da segurança de fronteiras vem se tornando no século XXI um
dos pontos mais sensíveis do projeto de integração, o que resultou
em arranjos como a criação da Agência de Fronteiras Exteriores
(FRONTEX) em 2004, reconhecendo que a insegurança nos limites do
espaço de circulação livre poderiam ameaçar a capacidade de manter
* Thiago Rocha (comentou 2013, 14, 15, 16 e 17, 18, 19 e 20)
e Felipe Ferreira Ramos (comentou 2010, 11 e 12)
os Estados integrados. Mais recentemente, uma ruptura mais concreta
a essa integração pode ser reconhecida com o processo do Brexit,
que tem justamente como um de seus argumentos políticos o desejo
do Reino Unido de controlar mais rigidamente suas fronteiras diante
da percepção de uma ameaça econômica e à segurança representada
pelos uxos migratórios.
2: correta. Trata-se de item mais simples e direto e que segue
perspectiva amplamente adotada segundo a qual não apenas os
impactos econômicos e materiais sobre as potências europeias
contribuiu para um cenário mais favorável a movimentos de
descolonização face a uma menor capacidade de controle dos territórios
coloniais, mas também pelo fato de que o surgimento da Organização
das Nações Unidas teria proporcionado uma plataforma para a defesa
dos movimentos independentistas. Exemplo disso é a Declaração
Anticolonialista de 14 de Dezembro de 1960.
3: incorreta. A integridade territorial brasileira deve ser atribuída a
um conjunto de especicidades espaciais, históricas e políticas que
não pode ser compreendido de maneira genérica como uma simples
“inuência cultural europeia”, como o texto sugere. Além disso, a
conclusão do item se pretende claramente equivocada ao descrever
o Brasil como um território “predominantemente europeu”, em nítido
esforço da banca para formular um item com gabarito E.
4: correta. A premissa apresentada pelo item está de acordo com
interpretação amplamente aceita na história do pensamento geográco
de apropriação do conhecimento a respeito dos territórios com o
objetivo de embasamento prático e ideológico para os projetos coloniais.
Exemplo dessa perspectiva pode ser encontrado em algumas obras
consideradas clássicas sobre a temática, como “A geograa, isso serve
antes de tudo para fazer a guerra”, de Yves Lacoste.
Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C
(Diplomacia – 2016 – CESPE) O neocolonialismo teve forte
inuência no desenvolvimento do pensamento geográco
europeu durante o século XIX e o início do séculoXX. A
geograa, enquanto ciência a serviço dos Estados nacio-
nais, foi instrumento de poder europeu sob vastas extensões
territoriais na África, na América, na Ásia e na Oceania.
A respeito desse assunto, julgue (C ou E) os itens que se
seguem, tendo como referência o texto apresentado.
(1) Os estudos da geograa na França, com uma formação
losóca e social mais humanista, voltavam-se, no
período citado, para os estudos das diferenças entre as
várias regiões do país e do mundo, com apontamentos
das causas do subdesenvolvimento das colônias e da
riqueza das metrópoles.
(2) O levantamento e a descrição de informações nos
trabalhos geográcos do século XIX e do início do
século XX foram inuenciados pela ideia de multi-
disciplinaridade das ciências. Assim, as informações
sobre paisagens e regiões eram apresentadas, de
forma detalhada, com sessões conjuntas para fatos
humanos (população, economia, povoamento etc.)
e fatos naturais (clima, relevo, vegetação, geologia,
hidrograa, recursos naturais).
(3) Os estudos geográcos constituíram, no período
citado, uma justicativa ideológica de legitimação da
06. geogrAfiA
Thiago Rocha e Felipe Ferreira Ramos*
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THIAGO ROCHA E FELIPE FERREIRA RAMOS
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exploração de outros povos pelos países imperialistas,
em substituição à religião, cujas explicações para
tal exploração estavam sendo questionadas, com a
difusão do conhecimento cientíco.
(4) O determinismo geográco serviu para a legitimação
das políticas expansionistas dos países imperialistas
europeus, notadamente o alemão. O geógrafo ale-
mão Ratzel, por exemplo, teorizou a relação entre
os Estados nacionais e seu território, apontando que
o potencial de desenvolvimento de um Estado-nação
se daria basicamente pela relação entre dois fatores: a
população e os recursos naturais do território.
1: Errado. A denição da geograa francesa como “mais humanista”
é imprecisa. Mas, sobretudo, o argumento de que essa geograa
apresentaria “apontamentos das causas do subdesenvolvimento das
colônias e da riqueza das metrópoles” não é correto. A geograa
regional francesa, a partir da matriz possibilista de Vidal de La Blache,
não desenvolve esse tipo de preocupação, que só será encontrada na
geograa humana francesa em meados do século XX, a partir, por
exemplo, dos trabalhos de Pierre George, ou na entrada dos anos
1960 com obras como “Países subdesenvolvidos” e “Geograa do
subdesenvolvimento”, de Yves Lacoste.
2: Errado. O termo “multidisciplinaridade” não se aplica ao contato
entre disciplinas existentes nesse momento. Mas, principalmente,
considerando o período proposto, a referência que o texto traz é do
método das monograas regionais, modelo descritivo consagrado na
geograa francesa que em boa medida deriva da matriz de Vidal de La
Blache, para quem a geograa deveria ser capaz de demonstrar um
método próprio, o que também não pode ser enquadrado no princípio de
multidisciplinaridade. Finalmente, há ainda um detalhe: as seções sobre
fatos humanos e naturais não eram necessariamente conjuntas, mais
frequentemente, características como demograa, base econômica,
processos de urbanização, etc., eram descritos separadamente.
3: Correto. Yves Lacoste, em “A geograa: isso serve antes de tudo para
fazer a guerra”, desenvolve argumento precisamente nessa direção: a
produção do conhecimento geográco no seu período tradicional vai ser
apropriada como “instrumento de poder” pelos Estados e justicativa
frequente para a expansão imperialista.
4: Correto. Os termos apresentados pela questão são pilares do conceito
maior da Geograa Política de Ratzel, o espaço vital. De acordo com
esse conceito, o Estado, concebido como um organismo pelo autor,
necessita de um espaço capaz de fornecer simultaneamente recursos
capazes de manter a sua população, assim como recursos naturais. Nos
dois casos, esses recursos são percebidos como recursos de poder
necessários para o crescimento e fortalecimento desse organismo
estatal. No caso de um Estado não ter garantido esse espaço vital
iria, ao contrário, denhar e morrer. Da analogia do estado orgânico
e da necessidade de se prover os recursos deriva a nomenclatura de
“solo” que Ratzel atribui ao território. Dessa necessidade de espaço
se desdobra ainda uma inuência evolucionista: Estados percebidos
como mais “desenvolvidos” ou “civilizados” necessitariam de mais
espaço vital, o que se buscaria no território daqueles considerados
mais “atrasados” em uma perspectiva linear.
Gabarito 1E, 2E, 3C, 4C
1.2. A Geograa moderna e a quest ão nacional
na Europa
(Diplomacia 2011) Com relação à geograa moderna, estrutu-
rada no século XIX, julgue (C ou E) os itens subsequentes.
(1) A guerra franco-prussiana é considerada episódio
central para o desenvolvimento da geografia na
França, visto que a derrota francesa foi creditada, em
parte, à superioridade da reexão e do conhecimento
geográco alemães.
(2) O surgimento de escolas nacionais decorreu da
necessidade de criação de identidades culturais no
âmbito da geograa e da diculdade de integração
entre geógrafos de nacionalidades distintas.
(3) A motivação colonial foi uma das bases do desenvolvi-
mento dos estudos de geograa, visto que cada metró-
pole pesquisava o espaço das respectivas colônias.
(4) A geograa moderna, desenvolvida principalmente por
autores alemães (e prussianos), foi impulsionada pelo
processo de unicação nacional tardio da Alemanha.
1: Certo. A chamada Escola Francesa é posterior à Escola Alemã. Em
meio ao processo de formação do Estado alemão, entre as diversas
disciplinas estimuladas, estava a Geograa, que estudava não apenas
o território alemão, como também aquele em seu entorno. Após a
guerra, vericadas as vantagens que se podem obter por meio de um
bom conhecimento geográco, o Estado francês começou a incentivar
estudiosos a desenvolverem no país um entendimento geográco,
principalmente sobre a França e suas colônias. O geógrafo francês Paul
Vidal de La Blache, nesse sentido, desenvolve o conceito de gêneros de
vida para contestar a teoria alemã de Friedrich Ratzel, segundo a qual a
população nacional se deveria garantir um espaço-vital. O possibilismo
de La Blache, em que os homens podem transformar o meio em que
vivem, opõem-se, assim, ao determinismo de Ratzel, onde as relações
homem e meio são determinadas pelas condições naturais;
2: Errado. O surgimento de escolas nacionais decorreu não da
necessidade de formação de identidades culturais, mas da necessidade
de conhecer o terreno dos Estados nacionais que se consolidavam.
Embora tal conhecimento ajudasse a formar uma identidade cultural,
não se pode afirmar que essa fosse a razão para a criação das
escolas nacionais, já que se tratava mais de um contexto histórico de
solidicação dos Estados nacionais, em que era necessário ter a maior
quantidade possível de informações acerca dos componentes do Estado;
3: Certo. Entre os vários motivos que fomentaram o desenvolvimento
da Geograa no nal do século XIX, está a motivação colonial: cada
metrópole estudava sua respectiva colônia tanto para ns militares
(garantir a segurança e posse do território) como para ns econômicos
(maximizar a potencialidade de suas terras);
4: Certo. A Alemanha, até sua unicação, em 1871 – considerada
tardia em relação à dos demais Estados europeus –, era composta
de vários Estados. No momento da unicação, a Geograa teve um
papel importante para ajudar a denir o território do Estado que se
formava. Os dois maiores expoentes da primeira geração da Geograa
moderna foram os alemães Carl Ritter e Alexander von Humboldt. O
primeiro concentrou-se no lado histórico e losóco da nova ciência,
enquanto o segundo dedicou-se mais ao entendimento da relação do
homem com a natureza.
Gabarito 1C, 2E, 3C, 4C
Os primeiros anos da modernidade são marcados pela
produção de uma enorme quantidade de dados e de
informações dicilmente tratáveis de maneira sistemática
pela ciência da época. A ausência de segmentação no
seio da ciência impossibilitava a análise de certos temas
particulares nascidos desses dados. Assim, a partir do
início do século XIX, os domínios disciplinares especícos
organizaram-se denindo seu objeto próprio em torno
dessas questões.
Paulo César da Costa Gomes. Geograa e modernidade. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2007, p. 149 (com adaptações).
(Diplomacia 2010) A partir do texto acima, assinale a opção
correta acerca da história do pensamento geográco e da
institucionalização da geograa como ciência.
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06. GEOGRAFIA
(A) A institucionalização da geograa como disciplina
acadêmica originou-se na França, com os estudos
regionais empreendidos pelos herdeiros do Ilumi-
nismo do século XVIII, como Vidal de La Blache.
(B) A geografia firmou-se como domínio disciplinar
especíco na Antiguidade, com obras de geógrafos
como Estrabão e Ptolomeu, que delimitaram o objeto
de estudo próprio da nova disciplina que surgia: o
espaço terrestre.
(C) Grande parte dos historiadores da geograa atribui
a Alexander von Humboldt a responsabilidade pelo
estabelecimento das novas regras do pensamento
geográco moderno, visto que ele rompeu com o
enciclopedismo francês e abandonou as narrativas
de viagens e as cosmograas.
(D) A geografia moderna tornou-se científica com a
ascensão do possibilismo, cujos ideais, já em meados
do século XIX, superaram as ideias deterministas e
naturalistas em voga no início do século.
(E) A geograa cientíca, que surgiu a partir do século XIX,
com as obras de Alexander von Humboldt e Carl Ritter,
foi inuenciada pelo saber geográco anteriormente
produzido e pelo sistema losóco de Emmanuel Kant,
que considerava a geograa uma ciência ao mesmo
tempo geral/sistemática e empírica/regional.
A: Incorreto. A institucionalização da Geograa ocorreu na Alemanha, a
partir da segunda década do século XIX, com os trabalhos de Alexander
von Humboldt e Carl Ritter, herdeiros da losoa de Emmanuel Kant, que
já se preocupava com a necessidade de criar uma ciência geográca.
Os trabalhos do francês Vidal de La Blache surgiram como resposta à
Geograa alemã após a guerra franco-prussiana;
B: Incorreto. A Geograa nunca se rmou como domínio disciplinar
na Antiguidade. Porém, Estrabão de fato se dedicou largamente à
Geograa, escrevendo uma obra monumental intitulada “Geographia”,
em que descreve os diferentes locais do mundo que eram conhecidos
em sua época. Ptolomeu, por sua vez, também estudioso de fatores
geográcos, pouco fez para delimitar o objeto de estudo da Geograa,
como o espaço terrestre, pois foi grande entusiasta da investigação dos
astros. Ressalte-se ainda que a geograa já era matéria de estudo dos
pré-socráticos séculos antes de Estrabão e Ptolomeu;
C: Incorreto. Alexander von Humboldt não rompeu com o enciclopedismo
francês; ao contrário, sua grande obra, “Kosmos”, é em grande parte
uma continuação das ideias do século XVIII. Viajante incansável,
Humboldt chegou a visitar até as Américas, onde trabalhou em relatos de
sua expedição e dedicou-se à descrição do espaço que via, inaugurando
a pesquisa de campo na nova disciplina;
D: Incorreto. A Geograa moderna surgiu na Alemanha décadas
antes do possibilismo do francês Vidal de La Blache. Apesar de essa
linha de pensamento exercer até hoje grande inuência nos trabalhos
geográcos, é incorreto dizer que o possibilismo, que nasceu como
resposta ao determinismo de Friedrich Ratzel, tenha superado as
ideias do alemão, visto que as duas correntes continuam presentes
na academia;
E: Correto. A Geograa cientíca surgiu na Alemanha sob inuência
da obra filosófica de Emmanuel Kant, o que explica em parte o
desenvolvimento das ideias deterministas pelos primeiros geógrafos
modernos.
Gabarito “E”
(Diplomacia – 2017 – CESPE) Com relação aos fundamentos e
ao desenvolvimento da geograa cientíca, julgue (C ou
E) os itens a seguir.
(1) Carl Ritter e Alexander Humboldt ofereceram, em suas
obras, um discurso que criou a nova ciência geográ-
ca, simultaneamente cosmológica e regional, o que
fez do geógrafo um observador da natureza capaz
de somar prazer estético e prazer intelectual para
compreender as leis naturais; tais princípios estavam
presentes no pensamento e na prática nacionalista
europeia do nal do século XIX, dependentes de
análises sistemáticas e particulares sobre o território.
1: Correto. Essa capacidade de síntese do cosmológico (explicativo)
com o regional (descritivo), do prazer estético da contemplação dos
lugares e paisagens mas ao mesmo tempo da busca por elementos
capazes de explicar a diversidade espacial tornam Humboldt e Ritter
os dois pais da chamada geograa moderna. Suas obras apresentam
inuência central na formação das primeiras escolas geográcas
na Europa do século XIX, que cumprem, de acordo, por exemplo,
com Yves Lacoste em “A geograa: isso serve antes de tudo para
fazer a guerra”, papel de grande relevo na construção dos discursos
identitários nacionais, bem como na estruturação das bases ideológicas
do expansionismo imperialista.
Gabarito “1C”
1.3. As pr incipais correntes metodológicas da
Geograa
(Diplomacia – 2020 – IADES) Em razão do volume de conheci-
mentos cientícos e de procedimentos para alcançá-los,
a necessidade de uma divisão do trabalho cientíco se
impôs. As disciplinas especícas procuraram aperfeiçoar
os princípios da ciência moderna e adaptá-los aos objetos
de estudos particulares.
LENCIONI, Sandra. Região e Geograa. São Paulo: EDUSP,
2003, p. 80, com adaptações.
Com base no exposto, considerando as armações acerca
dos principais conceitos utilizados pela Geograa ao
longo da formação e consolidação de sua identidade
como disciplina cientíca, julgue (C ou E) os itens a seguir.
(1) As diversas versões da chamada Geograa tradicional
privilegiaram os conceitos de paisagem e região, esta-
belecendo, em torno desses conceitos, a discussão a
respeito do objeto da Geograa e de sua identidade
no âmbito das disciplinas cientícas. Paisagem, região
natural, região-paisagem, região geográca, paisagem
cultural e gênero de vida, por exemplo, foram concei-
tos amplamente utilizados pelos geógrafos vinculados
ao positivismo e ao historicismo do século 19 e da
primeira metade do século 20.
(2) A noção de região pode ser empregada na linguagem
cotidiana como referência associada à localização
e à extensão de determinado fato ou fenômeno e,
da mesma forma, é comumente utilizada como
unidade administrativa, sendo a base para a divisão
regional adotada pela administração estatal. A noção
de região geográca, cienticamente mais rigorosa,
nasce da ideia de que o ambiente natural tem certo
domínio sobre a orientação do desenvolvimento da
sociedade, condicionando a evolução dos diversos
grupos humanos.
(3) A chamada revolução teorético-quantitativa da
Geograa, iniciada na década de 1950, orientou-se
pelo positivismo lógico, tendo como pressuposto
a presença de uma ordem estrutural matemática
implícita por trás do padrão empírico de organiza-
ção espacial dos fenômenos. A tarefa da Geograa
EBOOK COMO PASSAR DIPLOMACIA 5ED.indb 421EBOOK COMO PASSAR DIPLOMACIA 5ED.indb 421 05/04/2022 15:59:0805/04/2022 15:59:08
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