O hábito do adverso

AutorMônica Sette Lopes
Páginas67-74
O hábito do adverso
E é assim que se faz o trânsito para a segunda canção
e a vida em prosseguimento: um curso de ética e deontologia
para juízes do Tribunal de Justiça de Rondônia.
De algum modo, veio a intuição de que não me pre-
parava para ensinar, mas para aprender. Compartilhar. Ainda
que estivesse responsável por reger quinze horas de aula no
tema, parecia improvável que ensinasse algo a partir de uma
concepção metodológica de mostrar-lhes como se comportar.
Havia desde juízes titulares com mais de 10 anos de casa e juí-
zes substitutos já afundados numa realidade mesclada das fór-
mulas jurídicas com as peculiaridades locais. Em todos eles o
desejo imenso de por para fora, de ver e ouvir e de se deixar ver
e ouvir. Em todos eles a concreção do ver e do ser visto.
A sensação de ensinar ética para juízes tinha peculia-
ridades que deviam ser enfrentadas não era fruto de um des-
tempero aleatório.
Em 2005, num curso de formação de formadores,
promovido pela École Nacionale de la Magistrature, em Paris,
ouvira atentamente a explanação sobre a montagem da grade
anual de cursos e, especialmente, sobre os cursos com ênfase
em ética. Há, naquela escola tradicional, uma organização se-

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