Justiça econômica - dignidade e valoração

AutorPadre José Ulisses Leva
Ocupação do AutorDoutor em História da Igreja pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Professor na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo ? PUC/SP
Páginas281-297
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JUSTIÇA ECONÔMICA
dignidade e ValOraçãO
Prof. Dr. Pe. José Ulisses Leva
Doutor em História da Igreja pela Pontifícia Universidade Gre-
goriana de Roma. Professor na Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo – PUC/SP. Capelão na Capela de Nossa Senhora de
Sion – Higienópolis.
Nossos tempos são marcados pela onda avassaladora da mun-
dialização e da virtualização das crenças e valores; é forte a
tendência a sujeitar tudo à lógica do mercado, até mesmo as
propostas religiosas e crenças; os arquétipos sociais e culturais
contemporâneos sofrem constantes transformações para se
adaptarem às exigências fugazes da moral e das conveniências
do pensamento dominante.
Para nós, é tempo de formar comunidades de fé viva, onde os
cristãos sintam a Igreja como seu lar e sua família. A referência
às raízes profundas da Patrística nos dá identidade, estabilida-
de e serenidade para vivermos e anunciarmos a mensagem de
Jesus Cristo, Filho de Deus, nosso Salvador.
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Sumário: Considerações preliminares – 1. Introdução – 2. Justiça Eco-
nômica: 2.1 Valoração do ser humano; 2.2 A Igreja e a questão social;
2.3 As famílias se encontram no coração da Igreja; 2.4 Alguns aspectos
1. SCHERER, Odilo Pedro. Apresentação do Cardeal Arcebispo de São Paulo, no
Livro: Patrística – caminhos da tradição cristã.
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UJUCASP
da vida econômica; 2.5 O desenvolvimento econômico a serviço do Ho-
mem; 2.6 Solução definitiva: a caridade – 3. Conclusão – Referências
bibliográficas.
Considerações preliminares
Nas Sagradas Escrituras, encontramos orientações segu-
ras para a nossa vida. Assim nos fala a Profecia de Sofonias
“Buscai o Senhor [...] praticai a justiça.” (Sf 2, 3). Na Primeira
Carta de São Paulo aos Coríntios, lemos:
Considerai vós mesmos irmãos, como fostes chamados por Deus
[...] É graças a Ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual se tor-
nou para nós da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e
libertação, para que, como está escrito, “quem se gloria, glorie-
-se no Senhor” (1 Cor 1 26.30-31).
Os Padres da Igreja nos inspiram, porque eles sempre bus-
caram respostas aos problemas enfrentados no dia a dia de suas
vidas e das comunidades cristãs, junto às Sagradas Escrituras.
O conhecimento da teologia e da mística dos Padres da Igreja
primitiva nos permite atualizar seus conhecimentos para as nos-
sas comunidades na catequese e nos novos púlpitos de nossas
pregações [...] O conhecimento dos escritos primitivos nos dá a
consciência de não crermos sozinhos; fazemos parte de um povo
que crê e professa a mesma fé, com a Virgem Maria, Mãe de
Deus e os apóstolos, com uma multidão de mártires, de sábios e
santos, missionários e teólogos, gente simples e homens ilustres,
que nos precederam na fé e já fazem parte da Igreja celeste. Cre-
mos com eles e como eles creram; como eles no passado, somos
chamados hoje a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo.
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Chegaram, até os nossos dias, os relatos perpetuados pe-
los Padres da Igreja e que muito nos motivam nossas reflexões.
Lembra-nos Santo Ambrósio de Milão:
2. SCHERER, Odilo Pedro. Apresentação do Cardeal Arcebispo de São Paulo, no
Livro: Patrística – caminhos da tradição cristã.

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