O emprego da ilustração

AutorJosé Fiker
Ocupação do AutorDoutor em Semiótica e Linguística Geral (com enfâse em Laudos Periciais) pela USP
Páginas33-34

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O perito pode usar metáforas para enfatizar o que está dizendo. Por exemplo: “Pescar em águas turvas” é “buscar a prova onde não se pode enxergá-la, é procurar inventar o que não existe”. A metáfora consiste na transferência de uma palavra para um âmbito semântico que não é do objeto que ela designa, e que se fundamenta numa relação de semelhança entre o sentido próprio e o figurado. Exemplo: Fulano é uma “raposa” (esperto).

Pode ser usada também a metonímia, que é a designação de um objeto por palavra designativa d’outro objeto que tem com o primeiro uma relação. Exemplo: causa e efeito (trabalho, por obra); continente e conteúdo (copo, por bebida) etc.

A transposição de sentido só é válida em determinada cultura, o que Hjelmslev (1975) chamou de conotação. Por exemplo, na Índia, a vaca é um animal sagrado que encarna o domínio de si mesmo e a harmonia do cosmo; portanto, na Índia, a vaca transmite a conotação de “sagrado”. Aqui, no Brasil, é um animal lerdo e atrapalhado, portanto a “vaca louca” transmite a conotação de falta de direção; é justamente o contrário do conceito indiano de domínio de si mesmo.

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Caminhando no...

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