Estética política: o belo no ético do Estado

AutorArthur Nadú Rangel
Páginas75-79
ESTÉTICA POLÍTICA: O BELO NO ÉTICO DO ESTADO
Arthur Nadú Rangel1
É possível construir uma estética política (da ação política) que
será o nomos da ação correta em sua representação no Estado
Ético? A pergunta busca não apenas observar a relação de um valor
de eticidade, mas sim um valor de justo e correto que possa ser
medida por meio de um entendimento. É possível saber o que é
mais belo e o que é menos belo, até mesmo o que é esteticamente
feito como objetivo de ser feito! Estes valores são inerentemente
humanos, naturalmente sabemos o que é belo e o que é feio, da
mesma forma que sabemos o que é bom e o que é ruim. Entretanto
tal valor não é transferido de forma direta para um valor real, não
sabemos por natureza o que é um valor bom ou ruim, mesmo que a
moral nossa diga o que devemos fazer e deixar de fazer. Tais
valores são nulos quando considerados em um coletivo, e
principalmente quando considerados no democrático.
A questão é, em seu ponto central, se devemos considerar a
construção de um conceito, semelhante a ideia de Belo, para a ação
do político no Estado de Direito2. O político, em sua atividade no
Estado democrático, está totalmente desprovido de individualidade e
concentrado no universal de sua ação coletiva3. Neste sentido, o
bom político será a representação da ação estética bela, do
agradável, em um juízo de Belo aderente; o mal político é a
representação da estética do Feio (como em Aristóteles).
O conceito de Belo será, dentro desta concepção valorativa, a
realização do ético, e o Feio, a aceitação do poiético. O considerado
por Schmitt é que na essência do político se encontra condensada
toda a vontade inerente a nossa organização de reconciliação do
social com o Estado4. Assim, o dever do político será a realização
da vontade emanente do Estado que se faz por nossa
representação, decorrente da cultura no Estado e da vontade. A
união desta vontade com o dever é, assim, a realização da vontade
necessária que é o dever de todos: a finalidade do Estado como

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