Compromisso histórico-econômico contido na racionalidade do trabalho da (PÓS) modernidade sólida e do capitalismo pesado

AutorJorge Pinheiro Castelo
Ocupação do AutorAdvogado, especialista (pós-graduação), mestre, doutor e livre docente pela Faculdade de Direito da Universidade São Paulo
Páginas20-22

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I Fordismo, taylorismo e modelo de industrialização, acumulação e regulação

O fordismo foi um modelo de industrialização, de acumulação e regulação.

O modelo fordista era um paradigma sobre o qual se erigia toda uma visão de mundo sobreposta à totalidade da experiência humana.

A fábrica fordista – com a meticulosa separação entre projeto e execução, iniciativa e atendimento a comandos, liberdade e obediência, invenção e deter-minação, com estreito entrelaçamento dos opostos – foi sem dúvida a maior realização até hoje da engenharia social, orientada pela ordem.8

Naquele estágio de sua história conjunta, capital, administração e trabalho estavam, para o bem e para o mal, condenados a icar juntos por muito tempo, talvez para sempre – amarrados pela combinação de fábricas enormes, maquinaria pesada e força de trabalho.9

II O compromisso de longo prazo como método de trabalho e progresso no capitalismo sólido

A modernidade sólida era, de fato, também, o tempo do capitalismo pesado – do engajamento entre capital e trabalho tonificado pela mútua dependência.

Os trabalhadores dependiam do emprego para sua sobrevivência; o capital dependia de empregá-los para sua reprodução e crescimento.

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O lugar de encontro tinha endereço certo e ixo; nenhum dos dois poderia mudar-se com facilidade para outra parte – a grande fábrica abrigava e mantinha os parceiros.10

III Dependência mútua, rotina e espaço fabril de demandas

A mentalidade de longo prazo constituía uma expectativa nascida da experiência, e da repetida corroboração dessa experiência: que os destinos das pessoas que compravam trabalho e das pessoas que o vendiam estavam inseparavelmente entrelaçados por muito tempo ainda – e que, portanto, a construção de um modo de convivência suportável correspondia aos interesses de todos. 11

Enquanto se supôs que a companhia mútua duraria, as regras dessa união foram objeto de intensas negociações, até com grandes confrontações, outras com tréguas e concessões.

A empresa e a fábrica tinham, supreendentemente, se tornado uma arena em que os trabalhadores podiam airmar suas próprias demandas, uma arena que dava poder.12

E, a rotinização do...

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