A contraproposta de resposta ao direito do trabalho líquido e ao capitalismo líquido da (PÓS) modernidade líquida

AutorJorge Pinheiro Castelo
Ocupação do AutorAdvogado, especialista (pós-graduação), mestre, doutor e livre docente pela Faculdade de Direito da Universidade São Paulo
Páginas79-81

Page 79

I Devemos caminhar todos juntos

As propostas advindas do paradigma da pós-modernidade, atualmente, estão presas na armadilha hiperliberal imposta pelo pensamento único (“there is no alternative”) derivado da pós-modernidade líquida, do capitalismo líquido e do direito do trabalho líquido.

As propostas oriundas do paradigma da pós-modernidade formuladas pelo hiperliberalismo e pelo direito do trabalho líquido são sempre incompletas ou inoperantes, no que diz respeito à emancipação social. Isso é óbvio, posto que nenhuma delas tem interesse na emancipação social.

Ao não se traduzirem em emancipação social, as soismáticas e “únicas” propostas do modelo de pensamento “único” da pós-modernidade líquida, oicializado pelo hiperliberalismo e pelo direito do trabalho líquido não geram soluções reais, mas, apenas agravam a crise de funcionalidade do sistema e aumentam a crise social, posto que inexoravelmente levam a mais exclusão social.

E, ainda pior, produzem uma resignação desesperançosa na sociedade, ao gerar frustrações e um ciclo vicioso de quebra de expectativas, ao terminar sempre no ponto de retorno do “labirinto sem saída”, no qual se encontram as propostas hiperliberais do capitalismo líquido e do direito do trabalho líquido.

Isso porque as propostas hiperliberais, como o direito do trabalho líquido, são subprodutos do modelo da pós-modernidade líquida e do capitalismo líquido proveniente do princípio da exclusividade do mercado.

Portanto, o direito do trabalho líquido (e descompromissado) e seus sub-produtos são impostos não pela ótica de pensamento de emancipação social dos trabalhadores, mas sim, pelo modelo hiperliberal daqueles que detêm o poder econômico.

Page 80

As propostas de pensamento adequadas à ótica da sociedade e dos trabalhadores, para gerar emancipação social em face do mercado, têm de ser, necessária e inevitavelmente, disfuncionais do modelo de pensamento da pós-modernidade líquida e do direito do trabalho líquido e descompromissado criado para reproduzir e garantir os interesses do mercado, numa sociedade em que os trabalhadores não dominam nem política e nem ideologicamente.

Diante da constatação das distorções pós-modernas praticadas pelo mercado em face do trabalhador precarizado e as distorções perversas e prejudiciais produzidas por esse tipo de atividade, largamente utilizada pelo setor formal e informal, sobre o direito do trabalho tradicional, podem se...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT