Do futuro retorno do pêndulo do paradigma de pensamento do capitalismo líquido e do direito do trabalho líquido em face dos resultados sociais e econômicos
Autor | Jorge Pinheiro Castelo |
Ocupação do Autor | Advogado, especialista (pós-graduação), mestre, doutor e livre docente pela Faculdade de Direito da Universidade São Paulo |
Páginas | 43-47 |
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A terceirização gera instabilidade nos quadros de pessoal fixo e contratado, com tratamentos e enquadramentos distintos, além da quebra dos fluxos internos da empresa, gerando problemas relacionados à comunicação e realização de tarefas.75
A terceirização generalizada gera a quebra e a falta de estratégias no tratamento de riscos e condições externas, tais como greve dos terceirizados, redução de prazos e orçamentos.76
Em outras palavras, a terceirização generalizada termina levando a uma situação de desorganização empresarial.77
A terceirização e a precarização do contrato de trabalho de longo prazo ou estável, generalizada, gera uma queda no trabalho, e, perda da qualidade dos produtos.78
De forma que o objetivo do corte de custos termina por gerar um lucro meramente temporário, uma vez que acaba promovendo novos custos no processo e danos aos contratantes.79
A flexibilidade da reprodução só é possível porque a unidade central de processamento controla o conjunto.
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Assim, numa empresa “lexível” e “volátil”, o poder ica concentrado no centro; a unidade central de processamento da organização aparece em tarefas, avalia resultados, promove a expansão ou o encolhimento da empresa.
Na verdade, na pós-modernidade e no capitalismo líquido, as modernas formas de reestruturação corporativas são impulsionadas pelo passivo e o valor das ações estabelecido nos mercados inanceiros, e, não pelo funcionamento interno da empresa.80
A empresa tentará motivar a autonomia por intermédio dos mercados inter-nos; o centro estabelece os termos da competição entre as equipes no estabelecimento de um código de computação, no levantamento de fundo ou na concepção de um produto, e quatro ou cinco equipes passam a competir nessa direção.
Este tipo de competição interna leva àquilo que o economista Robert Frank chama de recompensa?tudo ou nada´: os prêmios máximos são concedidos apenas à equipe vencedora, sendo poucos ou inexistentes os prêmios de consolação.81
O sistema gera alto nível de estresse entre os trabalhadores.
Os mercados internos mantêm altos os níveis de ansiedade, uma vez que a delimitação entre os concorrentes e colegas desapareceu.82
A desigualdade tornou-se o “calcanhar de Aquiles” da economia da pósmodernidade líquida, do capitalismo líquido e do direito do trabalho líquido.
Ela se mostra de muitas formas: remunerações descomunais para os empresários, uma defasagem cada vez maior nas empresas entre os salários mais elevados e os mais baixos, estagnação das camadas médias de renda frente às das elites.
A competição do estilo “tudo ou nada” gera extrema desigualdade material.
Essas desigualdades da riqueza, nas empresas, têm como paralelo uma crescente desigualdade social.83
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Em certa medida, a presença dos consultores serve de indicação de uma mensagem de vontade e determinação na empresa.
No terreno da lucratividade, essa mensagem é importante: as turbulências institucionais servem para...
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