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Abreu, Capistrano de

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Vincent
AutorAirton Cerqueira-Leite Seelaender, Arno Wehling
Páginas13-18
13
ABREU, CAPISTRANO DE
Historiador, etnógrafo e crítico literário. Trabalhou na Biblioteca
Nacional, onde colaborou na Exposição de História do Brasil. Atuou na
imprensa e foi professor catedrático do Colégio Pedro II. Sua vocação,
porém, evidenciou-se na pesquisa histórica e etnográfica. Publicou estudos
e resenhas de livros, mais tarde reunidos em quatro volumes sob o título
geral de Ensaios e estudos, além do clássico da historiografia colonial
Capítulos de história colonial. Escreveu, ainda, Caminhos antigos e
povoamento do Brasil e uma tese de concurso sobre o descobrimento do
Brasil. Fez também importantes anotações à História Geral do Brasil de
Varnhagen e à obra de Frei Vicente do Salvador. A correspondência,
publicada em três volumes por José Honório Rodrigues, é significativa
para o conhecimento de sua concepção de história e temas específicos de
seu interesse, revelando também uma importante rede nacional e
internacional de troca de informações referentes à pesquisa histórica,
linguística e etnográfica, numa época em que não existiam o ensino
superior de história nem a pesquisa institucionalizada no Brasil.
A Independência do Brasil, para Capistrano, era uma referência
permanente, embora sua obra de pesquisador se concentrasse no período
colonial, com poucas incursões fora dele e tratando do tema apenas
incidentalmente. Dessa forma, sua contribuição encontra-se dispersa nos
diferentes textos dos Ensaios e Estudos, sobre a literatura brasileira
contemporânea, o caráter nacional brasileiro, o Brasil no século XIX, o
duque de Caxias e as resenhas do livro de Boesche sobre os mercenários
contratados pelo Imperador e de Alberto Rangel sobre a marquesa de
Santos.
A formação intelectual de Capistrano e da maior parte de sua
geração fez-se sob a influência das diferentes formas de cientificismo–
doutrinariamente, do positivismo e do evolucionismo spenceriano e
darwinista. Em sua primeira fase, até os anos 1880, suas interpretações
corresponderam à mescla das influências de Comte, Spencer e Darwin,
sem que se possa perceber sua adesão estrita a qualquer deles, mas
submetendo-se à lógica cientificista. Nesta etapa seus trabalhos

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