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Prado Júnior, Caio

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Vincent
AutorAirton Cerqueira-Leite Seelaender, Arno Wehling
Páginas249-257
249
PRADO JÚNIOR, CAIO
Caio da Silva Prado Júnior nasceu na cidade de São Paulo em 11
de fevereiro de 1907 e faleceu em 1990. Sua família era uma das principais
representantes da elite brasileira no começo do século XX, ligada ao setor
cafeeiro, à construção e administração de estradas de ferros e à nascente
produção industrial. Sua infância e juventude foram marcadas pela
convivência com políticos, escritores e artistas conhecidos da cidade de
São Paulo, que frequentavam a residência de sua família, além, é claro, de
outros membros da elite nacional (a exemplo dos integrantes da família
Crespi). Dentre os parentes devotados ao trabalho intelectual, destacam-se
seu tio-avô Eduardo Prado (jornalista e fundador da ABL e do IHGB) e
Paulo Prado, primo de seu pai, autor de Retrato do Brasil: ensaio sobre a
tristeza brasileira (1928).
Prado Júnior frequentou o Colégio São Luís em São Paulo e
estudou Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito do Largo São
Francisco, onde obteve o título de bacharel em 1928, quando tinha 21 anos.
No período em que esteve na São Francisco, contribuiu para o jornal
estudantil intitulado A Chave. Foi durante essa fase de sua formação
acadêmica que ele passou a se interessar de modo mais profundo pelas
questões sociais e políticas do país. No ano de 1928 se juntou ao Partido
Democrático (PD), apenas para deixá-lo três anos depois e filiar-se ao
Partido Comunista Brasileiro (PCB), entidade à qual permaneceria ligado
pelo resto da vida.
Suas leituras de autores marxistas o levaram a uma engajada
militância política no campo da esquerda brasileira. Nos primeiros anos da
década de 1930, por exemplo, Prado Júnior integrou a Cooperativa
Internacional de Trabalhadores e o Socorro Vermelho Internacional. Foi
ainda presidente da seção regional da Aliança Nacional Libertadora (ANL)
em 1935 e teve destacada atuação dentro do próprio PCB. No ano de 1947
foi eleito deputado estadual, assumindo uma cadeira na Assembleia
Constituinte Estadual paulista. Seu mandato foi cassado no ano seguinte.
Sua militância política o levou à prisão em diversas ocasiões (em
1969, por exemplo, foi indiciado por “incitação subversiva”, tendo sido

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