Calógeras, João Pandiá

AutorAirton Cerqueira-Leite Seelaender, Arno Wehling
Páginas59-66
59
CALÓGERAS, JOÃO PANDIÁ
Engenheiro/geólogo, historiador, diplomata, político e humanista,
nasceu no Rio de Janeiro em 19 de junho de 1870 e faleceu, em Petrópolis,
em 21 de abril de 1934. Sua família, de origem grega (Corfu), formou-se
no Brasil a partir de seus avós, João Batista Calógeras e Lucila Elisabeth
Maurel Lamy, que aportaram no Rio de Janeiro, em 1841, provenientes de
Paris. João Batista, ainda na França, latinizou o sobrenome grego da
família, Kaloge, para Calógeras.
João Pandiá Calógeras era filho do engenheiro Michel Calógeras e
de Júlia Ralli Calógeras. Foi educado por preceptores alemães e
professores particulares, em Petrópolis, que lhe deram as bases de sua
formação científica e humanista e o prepararam para realizar, no Colégio
Pedro II, quando ele completou 14 anos, os preparatórios para ingresso na
Escola de Minas de Ouro Preto. No Colégio Pedro II, Pandiá Calógeras foi
examinado em História Universal e do Brasil por Capistrano de Abreu, que,
além de aprová-lo, impediu que um examinador, inimigo da família
Calógeras, injustamente o reprovasse. Desde então, ligou-se
fraternalmente a Capistrano, a quem considerava seu grande mestre e guia
em seus estudos históricos. Ao fazer o elogio de Capistrano no Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro, em 13 de setembro de 1927, exatamente
um mês após a morte do grande historiador, Calógeras confessa: “Durante
quarenta e três anos, ligou-me a Capistrano de Abreu a mais perfeita
amizade, sem uma nuvem, sem um desfalecimento, no mais elevado
convívio de espírito que se possa imaginar” (Estudos Históricos e Políticos
(Res Nostra), p. 13). Além da alta estima por Capistrano, Calógeras
manteve com o Barão do Rio Branco sólida relação de amizade. Segundo
João Hermes Pereira de Araújo, na introdução aos três volumes da obra de
Calógeras, A Política Exterior do Império, a admiração que Calógeras
“dedicava às duas grandes figuras era similar mas, em relação a Rio Branco,
não se pode falar de uma amizade quase filial, de todas as horas, como a
que o unia a Capistrano. Este era o mestre a ser seguido; aquele, o protótipo
a ser imitado”.

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