Leal, Aurelino

AutorAirton Cerqueira-Leite Seelaender, Arno Wehling
Páginas185-191
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LEAL, AURELINO
Aurelino Leal foi um jurista e político atuante ao longo de toda a
Primeira República. Baiano, nasceu na pequena vila da Barra do Rio de
Contas em 1877. Seu pai era um telegrafista, posto com certa notoriedade
à época, já que a tarefa exigia o conhecimento das mensagens trocadas
entre as facções políticas locais e o poder político da capital.
Posteriormente o pai de Aurelino deixou tal emprego para assumir cargos
políticos na cidade baiana de Canavieiras, vindo a mãe a substituir o
marido na função de telegrafista. Com apenas oito anos de idade, Aurelino
foi estudar em Salvador, onde depois ingressaria na Faculdade de Direito,
tornando-se bacharel ainda muito jovem, aos dezessete anos.
Alguns aspectos de sua trajetória revelam características centrais
da vida política e jurídica da Primeira República. Em primeiro lugar,
ressalta-se a presença, em sua obra, da ideia de controle social, uma das
preocupações centrais do período. Ainda na Bahia, publicou livros sobre o
direito criminal, buscando identificar a origem social do crime. Poderíamos
destacar, aqui, Prisão Preventiva (1895), Germens do Crime (1896) e A
religião dentre os condenados da Bahia (1898).
Em segundo lugar, salta aos olhos o imbricamento, usual à época,
entre a atuação de Aurelino Leal como político e como jurista. No início
da carreira, assumiu a promotoria pública da comarca de Amargosa. Nesse
período, fundou seu próprio jornal, chamado A Lide, o único existente na
cidade. A partir da atividade de jornalista, enveredou-se pelo caminho da
política.
Candidato a deputado federal, por duas vezes sofreu a “degola”,
ou seja, o não reconhecimento do resultado eleitoral pela Comissão de
Verificação de Poderes do Congresso Nacional. Na primeira vez, em 1900,
foi ali barrado mesmo tendo sido eleito em primeiro lugar, com 8.514 votos.
Não podendo assumir o mandato parlamentar, passou a exercer a advocacia.
Em 1902 assumiu um posto que conciliava atividade
administrativa e política, o de diretor de penitenciária. Depois, aos vinte e
seis anos de idade, Aurelino Leal tornou-se Secretário de Polícia da Bahia.
Novamente eleito, em 1912, deputado federal por este estado, mais uma

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