A criança e a solidaridade? onde se apreende? onde se aprende?

AutorAna Maria Iencarelli
Páginas43-55
A CRIANÇA E A SOLIDARIEDADE?
ONDE SE APREENDE? ONDE SE APRENDE?
Ana Maria Iencarelli
Psicóloga. Graduada pela Faculdade de Filosoa da Universidade Federal de Pernambu-
co em 1973; Psicanalista de Criança e Adolescente, pela International Psychoanalytical
Association; Pós-graduada, Diplôme d’Études Superieures Spécialisées, pela Sorbonne;
Ex-Professora da disciplina “Relação Médico-Paciente” na Faculdade de Medicina da
CESGRANDERIO. Autora do livro Abuso Sexual, uma tatuagem na alma de meninos
e meninas; Coautora da série sobre Cuidado e Responsabilidade, Cuidado e Vulnera-
bilidade, Cuidado e Afetividade, Cuidado e Direito de Ser; Coautora de Vida e Morte,
Dignidade Humana; e do livro 80 anos do Direito da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro, UERJ; Coautora do livro A invisibilidade de crianças e mulheres vítimas das
perversidades da lei de alienação parental – Pedolia, Violência e Barbarismo. Ex-Pre-
sidente da ABRAPIA; Fundadora e Presidente da OSCIP Vozes de Anjos.
Sumário: 1. Introdução – 2. A solidariedade em sua extensão – 3. As pseudossolidariedades na
formação da criança – 4. A criança e a construção da solidariedade – 5. Cuidado e solidariedade.
1. INTRODUÇÃO
Temos como desejo e propósito neste artigo, trazer uma ref‌lexão sobre a trajetó-
ria de formação do Princípio de Solidariedade, intrínseco ao tecido social e à forma
humana de vida.
Nosso olhar está na perspectiva da Psicologia e da Psicanálise, áreas de nossa
atuação laboral, que alimenta nossa curiosidade do pensar. Assim, fomos buscar nos
pensadores psicanalistas que propuseram teorias do desenvolvimento infantil, em
seus quatro principais vetores, à luz de nossa experiência que beira os cinquenta anos,
os pontos que são percorridos ao longo do crescimento da Criança, que permitem
torná-la um Sujeito entre outros Sujeitos.
A Solidariedade, ação que é movida por um sentimento em relação ao outro,
forma o tecido social, está na motivação das Políticas Públicas, preenche o espaço
de fraternidade em sua universalidade. A Solidariedade não tem fronteiras, nem
geográf‌icas, nem culturais, nem etnológicas. De difícil apreensão, porque, em sua
grande maioria de ocasiões, acontece de maneira anônima, tanto de quem pratica
quanto de quem recebe a ajuda solidária, os atos de solidariedade garantem a boa
convivência humana, quando alguns buscam sanar ou minorar a falta vivida por
muitos, ou muitos buscam sanar ou minorar a falta sentida por poucos.
Tentando ref‌letir sobre sua trajetória, porquanto a Solidariedade está presente
ao longo de nossa história humana como um marco civilizatório, e sua trajetória em
cada um de nós, constata-se pelo desenvolvimento infantil que este valor humano
tem uma evoluçãoao longo do crescimento da Criança. Não se nasce com Solidarie-
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