Teoria Política e Filosofia em AURELIUS AUGUSTINUS
| Autor | Luiz Antonio Alves Gomes e Rogério Borba da Silva |
| Páginas | 143-163 |
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TEORIA POLÍTICA E FILOSOFIA EM
AURELIUS AUGUSTINUS
Luiz Antonio Alves Gomes
Rogério Borba da Silva
Resumo: O presente artigo se prop õe ao estudo da teoria política e filosófica
extraída na obra de Aurelius Augusti nus. Para tanto, examina-se preliminarmente o
contexto histórico e social no qual a obra foi escrita, em especial a crise do Império
Romano e a ascensão da Igreja Católica. Em seguida são examinadas a vida, a
formação acadêmica e o trabalho eclesiástico de Ago stinho. Na sequência, abordam-
se os conceitos de Teoria Política encontradas em passagens de diversas obras do
Autor. Ao final, realiza-se análise crítica sobre os Reflexos da Obra de Agostinho na
transição entre o Império Romano Tardio e a Idade Média bem como sua influência
nos séculos seguintes. Neste trabalho foi utilizado o método de revisão bibliográfica,
enquadrando-se no ramo do Direito Canônico, da História do Direito e da Filosofia
do Direito.
Palavras-chave: Teoria Política; Filosofia Política; Filosofia Católica; Império
Romano.
THE POLITICAL AND PHILOSOPHICAL THEORY IN
AURELIUS AUGUSTINUS
Abstract: This paper proposes the study of political and philosophycal theory
extracted in the work of Aurelius Augustinus. For this purpose, will be initially
examined the historical and social context in which the work was written, especially
the crisis of the Roman Empire and the rise of the Catholic Ch urch. Following, are
then discussed life, academic background and the ecclesiastical work of Augustine.
Further, addressing the co ncepts of political theory found in passages from different
works of the aut hor. At the end, will be made a critical analysis of the reflections of
the work of Augustine in the transition between the Roman Empire and the Late
Middle Ages, and its influence for the centuries. In this work the bibliographic
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review method was used, framing the branch of Canon Law, History of Law and
Philosophy of Law.
Keywords: Political Theory. Political Philosophy. Catholic philosophy. Roman
Empire.
INTRODUÇÃO
O primeiro fato relevante acerca do presente artigo é que, sim, trataremos de
Santo Agostinho, bispo de Hipona, considerado Santo pelas igrejas Católica e
Anglicana, louvado pela Igreja Ortodoxa Oriental e reverenciado por protestantes
Calvinistas, mas também acusado de ser um dos precursores do antissemitismo.
A escolha do título, utilizando apenas o nome próprio do filósofo, em latim,
já define a ideia do próprio texto, que é buscar, dentro do contexto político e
histórico da época, a análise da influência dos escritos de Agostinho na ciência
política medieval sem considerar a devoção prestada por aqueles que entendem que
os Santos são intercessores entre os fiéis e Deus, nem a repulsa causada aos que
entendem que a devoção aos Santos se constitui em idolatria, muito menos a
indiferença de ateus e agnósticos.
A busca de respostas aos seus anseios no sobrenatural, tal como retratada
nos escritos, é parte inseparável da obra de Agostinho, que não traça fronteiras
claras entre a fé e a razão (igualmente metafísicas, afinal!). Porém, a partir do
instante em que essa ausência de fronteiras serviu como vetor ativo para definir as
estruturas político-sociais daquele momento histórico, a respectiva produção literária
torna-se ciência e como tal deve ser entendida e estudada.
A tarefa de analisar as obras de Agostinho, escritas há mais de 1600 anos, é
complexa e se inicia por tentar entendê-lo como homem de seu tempo. Neste sentido
o primeiro capítulo tem por objetivo revelar os apontamentos historiográficos
necessários para entendimento do período limítrofe vivido pelo Autor (ressaltando o
momento de ruptura entre a Antiguidade e a Idade Média.)
O segundo capítulo é dedicado a apresentar as principais correntes de ideias
que influenciaram Agostinho em sua formação intelectual, iniciando por sua criação,
e passando por todas as fases de sua formação acadêmica, pela adesão e posterior
decepção com o maniqueísmo, a fase do ceticismo, os encontros marcantes, o
conhecimento do neoplatonismo, a conversão ao catolicismo e sua atuação
sacerdotal.
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